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quarta-feira, 31 de março de 2010

Há 46 anos, a ditadura. E a festa da Direita

Dia 31 de Março de 1964, no centro antigo de São Paulo, num escritório da Praça da República, assistiamos perplexos e indignados às manifestações de júbilo e apoio aos golpistas vitoriosos depois de duas tentativas de implantar a ditadura no Brasil, em 1954 e 1961.

Mais uma vez eram os mesmos de sempre com a UDN à frente - essa mesmo que vocês se lembram, virou ARENA, PDS, PPB, PFL e agora se chama DEM. Vai mudando de nome tentando enganar e achando que o povo esquece.

Derrubavam um presidente constitucional, João Goulart - o Jango - eleito democraticamente para instalar no país uma ditadura militar que durou 21 anos se tomarmos a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral como marco do seu fim, ou 24 anos se tomarmos como data a Assembléia Nacional Constituinte de 1988.

Os nefastos 21 anos que se iniciavam naquela noite

Naquele momento e com o desfile daquelas imagens da alta classe média paulistana e dos considerados na época "filhinhos de papai" do Colégio/Universidade Mackenzie apoiando entusiasticamente o golpe, iniciava-se a onda de repressão e violência que se abateria sobre o país e contra os democratas, os que defendiam a Constituição e a Liberdade.

Aquela cena e aquele dia mudaram para sempre a minha vida. Naquele momento tomei a decisão de me opor com todas as minhas forças e energias ao golpe militar, decisão que persegui durante vinte anos até a reconquista da democracia.

Mal sabia eu que minha vida estava sendo decidida naquela manhã de março, no simpático mês das águas e do meu aniversário, no momento em que assomei a janela para ver a cena dos estudantes de direita do Mackenzie descerem a Avenida Ipiranga rumo a Praça da República!

Mal tinha idéia eu de que naquele dia e com as cenas que presenciava, se iniciava a mais longa e teneborosa noite que desabaria sobre o país, a nefasta ditadura sonhada e instaurada pela direita que sufocaria tantos e tantos democratas, atingiria em maior ou menor grau - e ainda que indiretamente - a todos os brasileiros, e se tornaria o período político e social mais nocivo vivido pelo país.

Serra inaugura obra polêmica e é vaiado por trabalhadores


erca de 200 servidores estaduais, entre professores, agentes penitenciários e profissionais da saúde, vaiaram nesta terça-feira (30) o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), em Presidente Prudente, no interior paulista, onde o tucano inaugurou obras. Com nariz de palhaço e faixas que foram proibidas de ser abertas pela Polícia Militar, os manifestantes se reuniram na frente do prédio do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), inaugurado pelo governador.



Os trabalhadores chamaram Serra de "ditador" e "mentiroso". "Nos proibiram de entrar no prédio e de colocar as faixas, bolsas de mulheres foram revistadas e um professor foi tirado à força por um PM", reclamou Alberto Brushi, diretor regional do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Professores da rede estadual e PMs entraram em confronto no Morumbi na semana passada, quando tentaram furar o bloqueio e chegar ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Quando os professores tentaram furar o bloqueio, foram recebidos com golpes de cassetetes, balas de borracha e bombas de efeito moral.

O sindicalista Rozalvo José da Silva, secretário-geral do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), também reclamou do tratamento dado aos manifestantes. A exemplo dos professores, em greve há 19 dias, os agentes penitenciários decidiram entrar em greve a partir do próximo dia 30. Ele afirmou que os 22 mil agentes, que cuidam de 180 mil presos no Estado, exigem reajuste salarial de 26,34%.

Obra inacaba

Em sua maratona para inaugurar o máximo de obras antes de deixar o governo, Serra apelou novamente para um expediente já tradicional de sua agenda: inaugurar obras que não foram concluídas.

Encaixa-se nesta categoria o trecho sul do Rodoanel, "inaugurado" hoje, com dois anos de atraso, pelo governador tucano. Mesmo com tanto atraso, um pequeno trecho será aberto aos motoristas somente na quinta-feira.

O Trecho Sul do Rodoanel irá ligar as rodovias Anchieta e Imigrantes às rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt, que já estavam interligadas pelo Trecho Oeste desde outubro de 2002. A rodovia passa pelos municípios de Mauá, Ribeirão Pires, Santo André, São Bernardo, São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu das Artes.

O primeiro dos cinco lotes, de Mauá à Via Anchieta, em São Bernardo, ainda não será entregue, em virtude das obras nos 4,4 quilômetros que ligam o Rodoanel à Avenida Papa João XXIII, em Mauá (a previsão é de que o trecho seja concluído em meados de maio).

Pedágio e polêmicas
Segundo estudo encomendado pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) ao Lincoln Institute of Land Policy, a obra reduzirá temporariamente o trânsito na marginal Pinheiros e na avenida dos Bandeirantes, mas terá efeito insignificante nos congestionamentos da Grande São Paulo.

Assim como o trecho oeste, onde há cobrança de pedágio (R$ 1,20) desde dezembro de 2008, o trecho sul será pedagiado, com valores até R$ 6. No entanto, não há prazo definido para o início da cobrança, já que a concessionária ainda não foi escolhida.

A construção do trecho sul foi projetada e administrada pela estatal Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), mas a execução da obra, iniciada em maio de 2007, ficou a cargo de cinco consórcios, cada um responsável por um lote do trecho. Integram os consórcios algumas das principais construtoras do país: Andrade Gutierrez, Galvão Engenharia, Odebrecht, CR Almeida, Serveng Civilsang, Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior e Carioca.

Em dezembro de 2009, o Ministério Público Federal em SP encaminhou representações pedindo a abertura de inquérito contra a Camargo Corrêa por fraudes em licitações e superfaturamento em 14 obras espalhadas pelo país, entre elas a do Rodoanel. O dinheiro desviado teria sido utilizado no financiamento de campanhas eleitorais de vários políticos.

Em setembro de 2009, um laudo feito por um supervisor ambiental das obras afirmou que os impactos ambientais superaram as previsões do governo. Ele citou uma região com 15 córregos, fora da área de concessão do Rodoanel, que desapareceram por conta do assoreamento, e apontou deficiências no projeto de drenagem que provocaram alagamentos ao redor da obra, afogamento de árvores e assoreamento em parte da Billings. Na época, a Dersa argumentou que os problemas ambientais não eram significativos e que eles foram agravados pelas chuvas.

Já em 13 de novembro do ano passado, um novo empecilho: três vigas de 85 toneadas e 40 metros despencaram de uma altura de 20 metros no viaduto do Rodoanel sobre a rodovia Régis Bittencourt, atingindo três veículos e ferindo três pessoas. Segundo relatório emitido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o consórcio formado pelas empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Carioca usou vigas pré-moldadas não previstas para os novos viadutos do trecho sul com o objetivo de baratear custos.

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), órgão ligado ao governo estadual, avaliou que a queda da viga foi resultado de três fatores: falta de horizontalidade das superfícies das bases de apoio; insuficiência de atrito na interface das vigas com as bases de apoio e falta de travamento adequado das vigas.

Especialistas entrevistados pelo UOL Noticias na época afirmaram que a pressa para entregar as obras em um prazo favorável do ponto de vista eleitoral está por trás dos acidentes em grandes obras, entre elas a do Rodoanel.

Durante o evento de inauguração, a Polícia Militar fez um cordão de isolamento para separar as autoridades. Um grupo de manifestantes foi impedido de chegar ao local da vistoria e foi parado pela PM ainda na Via Anchieta.

Da redação,
com agências, Portal Vermelho

Zé Alagão ataca novamente: professores são agredidos em inauguração na grande São Paulo



O Conversa Afiada reproduz email da APEOESP:

from ANA APEOESP

Mais uma vez, professores foram agredidos por policiais e impedidos de realizarem manifestação pública. Um grupo de aproximadamente 200 professores compareceu à inauguração de uma alça de acesso da Estrada Mário Covas aos municípios de Itaquaquecetuba, Suzano e Poá. A inauguração com a presença do governador José Serra ocorreu por volta das 15 horas desta segunda-feira (29/03), no Bairro Varella.

Depois de enfrentar uma barreira policial, a maioria dos professores foi impedida de chegar perto do palco por uma funcionária que identificava-se como sendo da Casa Civil e já avisava: “Professor não entra!”.

Quem conseguiu driblar o bloqueio, ainda foi agredido por policiais.

“Vou registrar um boletim de ocorrência porque restringiram o meu direito de trânsito. O deputado da minha região, José Cândido (presente à inauguração), me reconheceu e pediu que me deixassem entrar. Mas, como fui identificado como professor, barraram o meu acesso. Não somos criminosos”, protesta o professor Douglas Martins Izzo, morador de Itaquaquecetuba.

Governo Yeda(PSDB)ameaça matar universidade gaúcha

AYRTON CENTENO

Quem é capaz de imaginar um polo universitário com dois cursos e um só professor? E outro dotado de quatro cursos e com três professores? Estes são alguns dos espantos que estão vindo à tona com a greve da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, a Uergs. Aos nove anos de existência, a Uergs enfrenta a maior crise de sua história. Criada em 2001, no governo de Olívio Dutra (PT), a universidade, desde o ocaso da gestão petista, imergiu em lenta e sofrida agonia. Que se tornou mais atroz sob a administração Yeda Crusius (PSDB), eleita empunhando a consigna “Um novo jeito de governar”. O novo jeito, para as lideranças dos docentes, envolve deixar morrer a míngua a universidade gaúcha.

“Não tenho dúvidas de que há a intenção deliberada de matar a Uergs”, sustenta o diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), Amarildo Cenci, que representa os docentes da universidade. Para isso operariam principalmente a degradação dos salários e a ausência de novas contratações.

“Estamos numa crise e com falta de perspectivas”, reclama Marcos Pesci Pinto, aluno do curso de administração em saúde.

Legalmente, a universidade deveria contar com 300 docentes. Em 2007, tinha 190 mas, hoje, no último ano do Governo Yeda, tem apenas 106. Onze professores já se despediram em 2010. O total de alunos seria de 3.300, espalhados por 24 polos regionais. A decadência levou a Uergs a situações inacreditáveis.

“Dá para acreditar que, no polo de São Luiz Gonzaga (cidade da região das Missões) existem quatro cursos e três professores?”, indaga Cenci. A estupefação não para aí:

“Em São Borja (na mesma região) há dois cursos e um só professor. O mesmo ocorre em Alegrete (cidade da Campanha gaúcha)”.

Dentro da universidade, os alunos vivem experiências estranhas:

“Temos um professor que é formado em recursos humanos mas nos dá aulas de cálculo”, conta o aluno.

Outros viajam de cidade em cidade para garantir um mínimo de aulas.

“Vivem dentro de ônibus, rodando até mil quilômetros por semana”, diz.

“Alguns docentes tem comiseração dos estudantes e resolvem ajudar do jeito que podem”, explica Cenci.

O patético do quadro é tão grande que transparece até onde menos se esperaria.

“É absurdo pensar que a Universidade Estadual, com sua lotação legal de 300 docentes, terá capacidade para desenvolver adequadamente as 24 unidades criadas em seu primeiro estágio, várias delas à beira da inviabilização por falta de pessoal”, escreveu no próprio site da Uergs o pró-reitor de ensino, Eloy Julius Garcia. No texto “Universidade, ciência e tecnologia em tempos de crise”, ele lamenta que vários órgãos estaduais voltados ao desenvolvimento, entre os quais a Uergs, sejam “(…) escassamente coordenados entre si, carentes de recursos humanos e insuficientemente dotados de recursos materiais e financeiros.”

Indagado, Garcia sustenta tudo o que afirmou e vai além:

“Se não houver mudança, a Uergs se tornará inviável. Vamos terminar por desgaste. No último ano, perdemos 50 professores”, exemplifica. Ele entende que nem o Estado nem o governo perceberam ainda o instrumento de desenvolvimento que a Uergs significa.

Após suportar tanta precariedade os docentes cruzaram os braços na segunda-feira. Adesão de 100%, como admite o próprio pró-reitor.

“Agora, finalmente decidiram romper o silêncio”, comemora o aluno Marcos Pinto. Ontem (terça), os professores procuraram a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa para apresentar seus problemas. Hoje farão manifestação diante do Palácio Piratini e, depois, avaliarão a greve. Eles pedem uma solução de emergência que inclua o estabelecimento de plano de carreira, nomeação imediata de 21 professores já aprovados em concurso e reajuste salarial.

Para Cenci, se nada for feito, a Uergs fechará as portas no meio do ano.

“Estamos chegando ao fim”, sentencia.

Todos ao "bota-fora" de Serra Hoje

Vamos dar todo apoio e fortalecer ao máximo - com a participação de quem puder comparecer - a passeata que 40 sindicatos e associações do funcionalismo público estadual realizam na capital, no "bota fora" do governador José Serra. Ele deixa o governo hoje para ser o candidato da oposição à presidência da República pela coligação PSDB-DEM-PPS.

A concentração para o público é no vão livre do MASP, na avenida Paulista, à tarde, de onde sai a passeata até a Praça do Patriarca, no centro antigo de São Paulo. É preciso dar uma "despedida" à altura do que merece um governador que não deixa saudades.

Serra jamais negociou, atendeu reivindicações, dialogou ou teve algum tipo de atenção com pleitos apresentados pelas categorias profissionais do Estado. Ao contrário, nunca soube lidar com os movimentos sociais e sempre os tratou com repressão policial, cassetetes, bombas e tudo o mais que constitui o aparato repressivo do Estado, como o faz agora, com a greve dos 210 mil professores.

A gente sabe que para o governo Serra e para os demais governos tucanos, a questão social é caso de polícia como era há 80 anos, na década de 30 do século passado, quando o Brasil começou a institucionalizar direitos sociais e trabalhistas.