Você já conhece a biografia de Dilma?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dilma responde a Serra: "Debate centrado na ética é muito bom"

Em sua primeira entrevista depois de sair do governo, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou a Leonencio Nossa, do jornal O Estado de S. Paulo, que o PT não se assusta com a discussão da questão ética. A declaração foi uma resposta ao desafio proposto pelo ex-governador José Serra, pré-candidato do PSDB, ao fazer um balanço de sua gestão em São Paulo.
“Esse debate é muito bom para a gente”, afirmou, dando como exemplo “tudo o que foi feito” nas operações da Controladoria-Geral da União com a Polícia Federal. “Se teve um governo que levantou o tapete, foi o governo Lula. Antes não apareciam denúncias, porque ninguém apurava.”

Sem citar nomes, ela criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República durante o governo Fernando Henrique. “Acabamos com a figura do engavetador-geral. Onde está o engavetador? A União não engaveta mais nada”, disse ela. “Nos sentimos muito à vontade em fazer essa discussão.”

Dilma reconheceu as falhas no sistema de saúde e propôs aumentar os investimentos em educação. Disse que os rivais terão de mostrar propostas para o País não ficar estagnado: “O Serra que me desculpe, mas ele não foi só ministro da Saúde. Foi ministro do Planejamento. Planejou o quê, hein?”

A seguir, os principais trechos da entrevista.

O Estado de S.Paulo – O presidente Lula disse que espera que seu sucessor faça mais pela educação. Qual sua meta para o setor?
Dilma Rousseff – Ele tem toda razão. Ele construiu um alicerce. Vamos ter que aumentar ainda mais os investimentos.

O Estado de S.Paulo – Hoje, o investimento não chega a 5% do PIB. Educadores sonham com 7%. É possível investir 10%?
Dilma Rousseff – Não vou dizer porcentual porque não sou doida, mas dá para aumentar progressivamente os investimentos. Não podemos esquecer que teremos recursos da exploração do pré-sal.

O Estado de S.Paulo – Mas a proposta de investir o dinheiro do Fundo Social do pré-sal em educação encontrou resistência no Congresso. Os partidos querem repassar os recursos para outros setores.
Dilma Rousseff – Aí não está certo, distorce o que pode ser o nosso passaporte para o futuro. Apostar na educação não é só uma questão de inclusão e dar suporte à inclusão social. Temos que investir em educação para sermos de fato um país de liderança mundial.

O Estado de S.Paulo – No debate sobre saúde, a senhora não teme enfrentar José Serra, que é um ex-ministro da área?
Dilma Rousseff – Não tivemos na saúde, nos últimos 30 anos, um momento tão propício, como agora. Demos um grande salto quando estruturamos o SUS (Sistema Único de Saúde), ninguém pode negar. O SUS de um lado garantia a atenção básica e a partir de um certo momento, as unidades básicas de saúde, com saúde da família, que atendem a gestantes, crianças e aqueles que têm doenças como diabetes, hipertensão. E tinham os hospitais. Neste processo, entre as unidades e os hospitais não tinha nada, não tinha a média complexidade. Uma pessoa ficava em filas e filas. Isso não foi resolvido por ninguém.

Acho que o grande passo foi dado com as UPAs, as Unidades de Pronto Atendimento, que garantem atenção 24 horas por dia e impedem que a fila se dê no hospital, transfere o atendimento de urgência e emergência para essas unidades. As UPAs, que estão programadas para uma população de 100 a 200 mil, chegando a 300 mil, têm níveis de cobertura diferenciada. Em vez de ir direto para o hospital, uma pessoa que teve um ataque cardíaco segue para uma UPA. A unidade faz a prevenção, dispensando a fila no hospital. Se o ferimento ou o problema não for grave pode ser tratado ali.

O Estado de S.Paulo – Mas a realidade ainda é outra...
Dilma Rousseff – Acho que vamos mudar esta realidade. O pessoal tem toda a razão quando se queixa. Não tinha fila no INSS? Nós não falamos que íamos acabar? Acabamos. Vamos mudar a situação da saúde.

O Estado de S.Paulo – José Serra saiu do governo de São Paulo com um discurso focado na questão ética. Pode prevalecer esse debate no processo eleitoral?
Dilma Rousseff – Esse debate é muito bom para a gente. Pode olhar tudo o que foi feito. Nunca se esqueça que foi a CGU quem descobriu a máfia dos sanguessugas. Tudo foi feito pela CGU, combinado com a Polícia Federal. Se teve um governo que levantou o tapete, foi o governo Lula.

Antes não apareciam denúncias, porque ficavam debaixo do tapete, ninguém apurava. Estava vendo, outro dia, um levantamento da CGU que mostra que as principais descobertas e investigações neste governo foram de casos que ocorreram em governos anteriores. A apuração das denúncias levantadas pela Operação Castelo de Areia é um caso. E acabamos com a figura do engavetador-geral. Onde está o engavetador? A União não engaveta mais nada.

Nos sentimos muito à vontade em fazer essa discussão. Agora, se me perguntarem se isso rende frutos, acho que não rende. Eles pensaram que ia render em 2006. Acho que eles não podem ter só esse discurso. Vão ter que mostrar qual é a proposta para o Brasil não viver estagnado.

O Serra que me desculpe, mas ele não foi só ministro da Saúde. Foi ministro do Planejamento. Planejou o quê, hein? Ali, se gestou sabe o quê? O apagão. O apagão que eu falo é o racionamento. Porque o pessoal usa um pelo outro. Racionamento é ficar oito meses sem energia.

O Estado de S.Paulo – A senhora trabalha para estar no mesmo palanque de Ciro Gomes ainda no primeiro turno?
Dilma Rousseff – Tenho uma relação muito forte com Ciro, por conta do fato de termos sido ministros no primeiro mandato do presidente Lula. Foi uma época muito difícil, havia muita tensão, muitas acusações. O Ciro foi um companheiro inestimável. Ele pensa semelhante a todo o projeto do governo. Agora, o que ele vai fazer só ele pode dizer. Não tem como fazermos suposições sobre qual é o caminho político do Ciro.

O Estado de S.Paulo – O país ficou 21 anos sob ditadura e, há 25 anos, não tem direito oficialmente à memória dos tempos do regime militar. A senhora já disse que não aceita o revanchismo. Há condições para abrir os arquivos militares?
Dilma Rousseff – Não tem revanchismo em relação à memória. Fizemos todas as tratativas na Casa Civil, quando mandamos ofícios a todos os órgãos arquivistas existentes na República. Pedimos que entregassem os arquivos. Foi dito que tinham sido queimados. Então, que se apresentassem as provas. A Aeronáutica entregou a parte do arquivo. As demais Forças disseram que não existem arquivos. O que pudemos fazer, nós fizemos.

O Estado de S.Paulo – Se a senhora for presidente, vai abrir o arquivo do CIEx, órgão de inteligência do Exército?
Dilma Rousseff – O Brasil está bastante aberto. Depende do que vai ocorrer daqui para frente. O aperfeiçoamento da democracia não é uma coisa que se faz de uma vez por todas. Faz a cada dia. É um processo de consulta a pessoas.

O Estado de S.Paulo – Há clima favorável ao fechamento de um ciclo, à abertura do arquivo?
Dilma Rousseff – Acho que esse ciclo está consolidado, bastante consolidado.

O Estado de S.Paulo – Qual a proposta da senhora para as Forças Armadas?
Dilma Rousseff – O Plano de Defesa que fizemos foi uma das melhores coisas do governo Lula. Um país deste tamanho tem de aparelhar e valorizar as suas Forças Armadas, tem de ter uma estratégia de defesa. É preciso estar presente na nossa imensa costa, até porque temos a questão do pré-sal, e daí a importância dos submarinos.

FHC agora quer que esqueçam o que fez

Publicado em 05-Abr-2010

Como tratar um artigo de um ex-presidente da República, um sociólogo, que grosseiramente para superar um problema exclusivo de seu partido - a falta de unidade - cria um inimigo externo? É o que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no fim de semana ao conclamar os tucanos à unidade. Propõe a união de Minas com São Paulo - no fundo, pede o apoio do ex-governador tucano de Minas Aécio Neves ao candidato da oposição à presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS). Mas, FHC conhece a história. Ou deveria conhecer. Ele sabe que a rejeição de um amplo contingente do eleitorado mineiro à hegemonia tucano-paulista tem raízes históricas e não será criando fantasmas que resolverá a questão mineira.



Como tratar um artigo de um ex-presidente da República, um sociólogo, que grosseiramente para superar um problema exclusivo de seu partido - a falta de unidade - cria um inimigo externo? É o que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no fim de semana ao conclamar os tucanos à unidade. Propõe a união de Minas com São Paulo - no fundo, pede o apoio do ex-governador tucano de Minas Aécio Neves ao candidato da oposição à presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS).

Mas, FHC conhece a história. Ou deveria conhecer. Ele sabe que a rejeição de um amplo contingente do eleitorado mineiro à hegemonia tucano-paulista tem raízes históricas e não será criando fantasmas que resolverá a questão mineira.

Também, tratar o governo Lula e o PT como ameaças à democracia, o projeto de desenvolvimento nacional que implementamos como capitalismo burocrático, e voltar com o factóide do aparelhamento do Estado, só revela a falta de propostas dos tucanos. Uma situação, alías, sobre a qual a maior responsabilidade é exatamente de FHC pelos seus títulos e liderança sobre os tucanos, seu eleitorado e por ter sido o fiador da aliança com a direita que o levou ao poder por oito anos.

Pior que o ex-presidente, só Serra

Pior que essas posições incoerentes de FHC só mesmo as de Serra, que ao deixar o governo de São Paulo na semana passada, em ato no qual tinha a seu lado a cúpula do DEM e seu antes arquiinimigo Orestes Quércia, gritou um basta à roubalheira. Na ausência, é lógico, dos governadores Yeda Crusius (RS), Cássio Cunha Lima (PB), Leonel Pavan (SC) e outros campeões tucanos de envolvimento em denúncias de corrupção e irregularidades, como bem lembrou um jornalista conhecedor da alma udenista tucana.

Para completar faltava esse artigo do ex-presidente onde compara a disputa de 2010 à luta contra a ditadura e as Diretas já. Só falta comparar à luta contra a subversão e a corrupção tão cara ao ideário da UDN e que nos custou 25 anos de ditadura.

Mas, FHC não está sozinho nessa luta pela sua sobrevivência política e a do neoliberalismo que lhe é tão caro. Numa verdadeira Operação Levanta-FHC o Estadão desse domingo lhe dedicou chamada na 1ª página, capa inteira e mais três páginas do caderno Aliás (além de análise da rejeição dos tucanos ao ex-presidente em sua principal coluna política). Tudo para uma entrevista em que ele diz que chamá-lo de neoliberal é xingamento; falta crítica teórica à esquerda que vira governo; a união de setores do Estado, empresas e fundos de pensão é golpe de poder no Brasil; e que Dilma precisa ler Descartes e Serra entender de candomblé.

O jornalão, entende-se, está desesperado. Sente-se viúvo com a iminência da derrota do tucanato na eleição de outubro e com o desprezo e a "operação esconder FHC" dos companheiros do ex-presidente. Daí o empenho em recolocá-lo no palco. Já o ex-presidente FHC considerar xingamento tachá-lo de neoliberal é não só querer que esqueçam o que ele escreveu como já pediu no passado, mas agora, também, o que ele fez.

Contratos de publicidade do Metrô do José Serra são alvo do TCE

A área técnica do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo concluiu que dois contratos assinados pelo Metrô em 2008 com agências de publicidade de Duda Mendonça e Nizan Guanaes, dois dos principais marqueteiros do país, são irregulares e devem ser anulados.O Metrô já pagou R$ 63 milhões às agências

A recomendação consta de processos administrativos em tramitação no TCE, aos quais a reportagem do jornal Agora teve acesso. Eles estão sob a relatoria do conselheiro Renato Martins Costa, ainda sem previsão de julgamento. Neles, a 2ª Diretoria de Fiscalização e a Assessoria Técnica Jurídica do TCE concluíram "pela nulidade da licitação e do contrato" após constatarem irregularidades na concorrência.


A área técnica do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo concluiu que dois contratos assinados pelo Metrô em 2008 com agências de publicidade de Duda Mendonça e Nizan Guanaes, são irregulares e devem ser anulados.

O Metrô já pagou R$ 63 milhões às agências e nega que tenha havido ilegalidades.A recomendação consta de processos administrativos em tramitação no TCE, aos quais a Folha teve acesso. Eles estão sob a relatoria do conselheiro Renato Martins Costa, ainda sem previsão de julgamento

Neles, a 2ª Diretoria de Fiscalização e a Assessoria Técnica Jurídica do TCE concluíram "pela nulidade da licitação e do contrato" após constatarem irregularidades na concorrência.

Os contratos foram assinados em outubro de 2008 com a Duda Mendonça & Associados Propaganda Ltda (R$ 14 milhões) e com a 3P Comunicações Ltda (hoje MPM Propaganda Ltda, por R$ 11 milhões), mas foram renovados duas vezes desde então. Expiram no fim do mês, mas podem ser prorrogados novamente.

Entre as irregularidades verificadas pelos auditores, cujos pareceres subsidiam o voto do relator, está o fato de os contratos terem sido assinados sem nenhum detalhamento dos custos que justificasse os valores acertados com as agências.Além disso, afirmam os técnicos, o edital da licitação previa gasto total de R$ 20 milhões, embora os contratos tenham sido assinados pelo Metrô por R$ 25 milhões. Também foram encontradas irregularidades no critério usado pela companhia para aferir a solidez financeira das agências.

Os envolvidos têm até o próximo dia 22 para apresentarem suas alegações. A decisão final tomada pelo TCE pode ser encaminhada para a Assembleia Legislativa, que, por sua vez, pode remetê-la para o Ministério Público.Folha

Serra empaca e Dilma dispara. Data-da-Folha mentiu.

Matéria publicada em 04 de abril de 2010 no Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim.


Escondido e com título enganador, diz o Estadão, hoje, na pág. A11 que o Zé Inacabado – não é bom esse, amigo navegante ? (*) – empacou nas pesquisas, enquanto a Dilma cresce a passos firmes.

Em janeiro, segundo a Vox Populi, o Serra (sem a inauguração de obras inacabadas) tinha os mesmos 34% de hoje, depois da inauguração de obras inacabadas.

E a Dilma subiu de 27% para 31%.

Ou seja, Serra está onde sempre esteve a UDN, desde o Brigadeiro: nos 30%.

E olha que, segundo José Roberto de Toledo, ao lado, na Estadão, diz que “a petista avança devagar”, no momento em que apenas um terço do eleitorado sabe dizer espontaneamente em quem votar.

Ou seja, quando a força do recall é maior.

Mauricio, com a usual competência, lembra que Serra se vale de uma super exposição há vinte anos: Super- Ministro do Planejamento do Governo do Farol de Alexandria, quando, segundo o Farol, foi quem mais lutou para privatizar a Vale; Ministro da Saúde, quando instalou uma Gestapo sob o comando de Marcelo Lunus Itagiba; candidato derrotado a prefeito de São Paulo, candidato derrotado à presidência, vitória para prefeito e governador de São Paulo.

O Inacabado está lá, no pódium do PiG (**), há 20 anos.

Mesmo assim, institutos de pesquisas e analistas de pesquisas fora do Eixo do Mal (Data-da-Folha e Globope (***) ), estão certos de que Dilma é a favorita.

O PiG (**) esconde, mas Mauricio lembra.

Em 2002, quando o Serra levou uma surra de 61% a 39% do Lula , o Zé Inacabado só ganhou em um Estado: Alagoas.

Com que ideias o Serra pensa que será eleito ?

Em tempo: ao mesmo tempo em que o Inacabado se lançava candidato, o Data-da-Folha (****) dizia que ele tinha disparado nas pesquisas.

O Inacabado é imbatível nas pesquisas do Eixo do Mal.

Não perde uma eleição.