Você já conhece a biografia de Dilma?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Serra começa sua campanha de baixo nível

Saiu no Tijolaço:

“Civilidade” do PSDB e de Serra é uma fraude
abril 27th, 2010 às 23:43


Imagine se o PT, o PDT ou outro partido que apóia Dilma tivesse no seu site oficial um link para outro site – também registrado em nome do partido – intitulado “Gente que Mente” , dedicado exclusivamente a atacar a tucanalha, o que aconteceria. Folha, Globo, Estadão, todos eles estariam caindo em cima: “Dilma monta site para atacar adversários”, não seria um título plausível para este caso?

E se sucederiam notas e artigos protestando contra a baixaria… Alguns dirigentes gaguejariam, diriam não concordar com isso, que a campanha teria de ser de “alto nível”, com propostas, não com ataques pessoais…Logo iam pedir – e levar – a cabeça do “interneteiro” responsável, que teria seu rosto exposto nas páginas e, isolado, ia acabar dizendo, sob a incredulidade geral, que a direção do partido e a candidata não sabiam de nada. Ninguém iria acreditar, e com razão…

Pois bem. Desafio publicamente a direção do PSDB, o senhor José Serra e a grande imprensa brasileira a dizerem se não é exatamente isso que o PSDB – sob as ordens diretas do Sr. Eduardo Graeff, ex-secretário de FHC, coordenador da campanha serrista e membro da Direção Nacional do PSDB – está fazendo. Faz e faz com a cumplicidade geral.

Reproduzi a página do site oficial do PSDB (www.psdb.org.br), tomada às 22:30 de hoje. Ali há um banner rotativo (onde os links se sucedem) apontando para o site www.gentequemente.org.br , dedicado a publicar acusações e chamar de mentirosos Lula e Dilma. O mesmo nome, só que com a terminação com.br, está registrado no mesmo nome da empresa que faz o site www.amigosdoserra.com.br, a DDM.

Este site não é de terceiros. Pertence ao PSDB, à direção nacional do partido, conforme você pode verificar com a página de registro no Comitê Gestor da Internet no Brasil.

O candidato José Serra age fraudulentamente quando elogia o governo Lula e diz que vai fazer uma campanha civilizada e de propostas, enquanto estimula que, sob a responsabilidade direta de seu partido, a guerra suja se espalhe na rede.

Não é um militante pró-serra que faz o site. Não é um parlamentar pró-serra. É o partido, é a instituição.

Eu ofereço os documentos, as provas. Mais que isso não posso fazer. Não posso ir à Justiça Eleitoral e à Cível em nome de Lula ou de Dilma, muito menos do PT. Posso ir à tribuna, nos poucos segundos de que um parlamentar dispõe nas sessões da Câmara.

Posso publicar aqui. Posso combater sozinho, se não houver quem tenha a coragem de enfrentar as armações.

Mas, sozinho, posso pouco. Que aqueles que podem muito assumam suas responsabilidades.

Ou vamos ficar quietinhos, enquanto o jogo sujo – e milionário – campeia na rede?


Em tempo 1: O Conversa Afiada encaminhou esse post à Presidência do TSE aos cuidados das assessoras Gleice Lopes e Silvana de Freitas e aguarda uma resposta.

Em tempo 2: O Conversa Afiada perguntou ao presidente do PT, José Eduardo Dutra, o seguinte: “O senhor vai ficar calado ?”.

Em tempo 3: o deputado Brizola Neto tratará desta denúncia das atividades do velho Serra de sempre da tribuna da Câmara hoje. Como diz o Ciro Gomes, se for preciso, o Serra passa com um trator em cima da mãe.



Campanha de baixo nível do deputado DEMO

Deputado DEMO publica texto falso contra Dilma

Saiu no portal imprensa:

Marília Gabriela nega ser autora de texto contra Dilma Rousseff
A jornalista e apresentadora Marília Gabriela negou ter sido a autora de texto contra a pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. “Não tenho nada a ver com essa porra”, vociferou a jornalista à reportagem do portal Terra, ao ser indagada, por telefone, sobre a autoria de texto publicado no site do parlamentar José Carlos Aleluia (DEM-BA).
“Isso não é novo. Começaram há dois meses. Só se eu fosse maluca! Não sou ligada a nenhuma rede social”, afirmou a jornalista, aprsentadora do programa “Marília Gabriela Entrevista”, pelo canal pago GNT.
“A internet é terra de ninguém. O problema é você ser vítima dessa terra de ninguém, não ter como controlar. É uma sacanagem”, completou. Marília informou que tomará medidas judiciais pela associação indevida ao texto. “O próximo passo é procurar meus advogados”, anunciou.

Assassino da Baixada é Presidente do PSDB – Rio de Janeiro

Zé Pinóquio (José Serra) e a turma dos 43 DEMOS de Brasília, tem um famoso bandido como aliado no Rio de Janeiro Zito prefeito de Duque de Caxias, Zitler como é mais conhecido pois também é um autoritário assim como o seu chefe maior Zé Pedágio de São Paulo, Zitler também tem a fama de matador na Baixada Fluminense, é considerado um coronel e que possui vários capangas assim como Serra para fazerem o seu serviço sujo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pesquisa: Dilma avança 7 pontos na frente de José Serra no PI

Pré-candidata do PT dispara na liderança no estado com 39,8% das intenções de voto.

Na manhã desta terça-feira (20), a publicação da pesquisa Captavox revelou os novos números para a sucessão presidencial no Piauí. A pré-candidata petista Dilma Roussef continua avançando na liderança e aparece agora com 7 pontos à frente do segundo colocado, o tucano José Serra.

De acordo com a pesquisa, Dilma tem 39,8% das intenções de voto enquanto Serra registra 32,1%. O presidenciável Ciro Gomes, do PSB, aparece com 7,8% das intenções de votos e Marina Silva, do PV, com 3,4%. A ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL, é votada por 1,5% dos eleitores entrevistados.

Para a pesquisa, realizada entre 10 e 13 de abril, foram questionados 1.067 eleitores em 37 municípios do Estado.

Confira os números de rejeição também apurados pela pesquisa:

JOSÉ SERRA PSDB 20,3%
CIRO GOMES PSB 14,1%
DILMA ROUSSEF PT 13,2%
MARINA SILVA PV 11,9%
HELOISA HELENA PSOL 9,7%
INDECISOS 15,7%
NÃO REJEITA NENHUM 13,4%
NENHUM/NULO 1,7
%

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Hoje Dilma lança seu Site Pessoal

Nesta segunda-feira, 19, às 15 horas, a Dilma Rousseff lançará o seu blog pessoal e seu perfil pessoal nas redes sociais Orkut e Facebook.

Dilma divulgará o endereço de seu blog via o seu twitter.

O evento será transmitido ao vivo no próprio blog pessoal de Dilma.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pesquisa Sensus aponta empate entre Serra e Dilma

SILVIO NAVARRO
do Painel da Folha

Pesquisa Sensus encomendada pelo Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo) a ser divulgada hoje aponta empate técnico na corrida presidencial entre o tucano José Serra (32,7%) e a petista Dilma Rousseff (32,4%). É o resultado mais apertado já obtido.

De acordo com a sondagem, Ciro Gomes (PSB) teria 10,1%, e Marina Silva (PV), 8,1%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Segundo dados apresentados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o registro de número 7594/2010, o levantamento foi feito entre os dias 5 e 9 de abril em 24 Estados, com 2.000 entrevistas.

STJ MANDA PREFEITO PARA O BANCO DOS RÉUS


Depois de Arruda e Kassab (DEM), quem agora está às voltas com a Justiça é o prefeito de Duque de Caxias José Camilo Zito presidente do PSDB no Rio de Janeiro.

Depois de paralisado desde 2004 em conseqüência de um Habeas Corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Estado, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu cassar o Habeas Corpus e determinar o prosseguimento da Ação, em que o MP pede a condenação dos réus por crimes de improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e corrupção ativa e passiva.

O habeas corpus concedido a Zito trancou, por mais de 5 anos, o andamento da Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Estadual contra o prefeito de Duque de Caxias, além dos ex secretários Waldir Zito e Ilmar Moutinho Nunes, bem como diversos empresários, suspeitos de fraudar a legislação sobe licitação.

A ação foi ajuizada perante o Juízo da 4ª Vara Cível (Processo nº 2003.021.006317-3) e pois que o MP (Ministério Público), em quase dois anos de investigações, levantou indícios de que a contratação da empresa WKR para a coleta de lixo no primeiro governo de Zito fora fraudado com a conivência do Sec. de Obras, Ilmar Moutinho Nunes, além da participação de sócios de outras empresas do ramo, que participaram da simulação de uma licitação..,

O relator do Recurso Especial nº 669.010 – RJ 2004/0076011-8, Ministro Arnaldo Esteves Lima, depois de ressaltar que o HC não era o remédio legal para trancar uma ação penal, reconheceu que o inquérito policial, por ser meramente informativo, não é pressuposto para o oferecimento de denúncia, que pode estar fundada em outros elementos, que foram coletados pelo MP, inclusive fotos de caminhões das empresas que participaram, como concorrentes, de uma suposta licitação, estacionados num pátio na Av. República do Paraguai, no bairro Sarapuíí, pertencente à WKR.

Para conseguir o trancamento da Ação Civil, os advogados do prefeito alegaram que as provas levantadas pelo MP, numa investigação que durou cerca de dois anos, não tinha amparo legal, o que o STJ negou.

Agora, a Ação Penal contra Zito e seus principais auxiliares, com cerca de 10 mil páginas, deverá seguir seu curso normal. Na lista de acusados estão os ex secretários Waldir Zito, Ilmar Moutinho Nunes, as empresas Locanty Com. Serviços Ltda, Minelimp Comercio e Serviços Ambientais Ltda , Avl Um Engenharia Ltda, Vogorito Gomide Engenharia Ltda, além dos sócios das empresas envolvidas, como João Alberto Felippo Barreto , Pedro Ernesto Barreto , Maria Felipe, Luiz Carlos de Oliveira, Luiz Antonio da Silva Valente, Adalberto da Silva Valente, Wagner Vigorito Gomide, Nize Vigorito Gomes Braga.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Empresa de primo de senador tucano Marconi Perillo acusada de fraudes no DF tem contratos com a Saúde

Firma suspeita leva R$ 63 mi

Acusada pela Corregedoria Geral da União (CGU) de superfaturamento de preços de medicamentos e suposta fraude em licitações nas gestões de Joaquim Roriz (PSC) e José Roberto Arruda (ex-DEM) no Distrito Federal, a Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares recebeu mais de R$ 63 milhões em contratos com a Secretaria Estadual de Saúde desde 2008, na gestão José Serra/Alberto Goldman, ambos do PSDB, em São Paulo.

A Hospfar tem como um de seus sócios, Marcelo Reis Perillo, primo do 1º vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO). Outro sócio da empresa, Moisés de Oliveira Neto, também integra quadro societário da Linknet, apontada pela Polícia Federal de ser uma das principais suspeitas de alimentar o mensalão do DEM, em Brasília, que levou à prisão e à cassação de Arruda. Perillo afirmou, por meio de assessor, que não se considera parente de Marcelo “tamanha a distância do grau de parentesco” (leia ao lado).

Somente nos três primeiros meses de 2010, o governo paulista empenhou R$ 5,5 milhões para pagamento da Hospfar. Ao menos 20 dos 51 dos contratos foram feitos para cumprimento de decisão judicial - quando a Justiça determina que o Estado tem de fornecer determinado medicamento ao cidadão. Três deles foram realizados com dispensa de licitação. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que as contratações estão dentro da lei, que autoriza contratos sem licitação em compras abaixo de R$ 8 mil.

Irregularidades no DF

Segundo o ministro da Corregedoria Jorge Hage, auditoria da CGU aponta que o governo do Distrito Federal mantinha os estoques do Núcleo de Medicamento de Alto Custo praticamente vazios, para, posteriormente, comprar, em regime de urgência, com preços que estavam acima da tabela federal. A favorecida era quase sempre a Hospfar, que recebeu mais de R$ 190 milhões dos cofres do DF desde 2006.

“Há suspeita de que haja prejuízos financeiros relevantes. Em uma comparação dos preços praticados pelo GDF (governo do Distrito Federal) na compra de medicamentos, nós verificamos que os valores unitários superam o teto de todas as tabelas oficiais do governo federal”, afirmou Hage na última terça-feira, durante divulgação do resultado da auditoria feita nas contas do DF.

Segundo a CGU, junto com outras duas empresas do setor - Medcomerce e Milênio - a Hospfar teria montado um cartel para fraudar licitações. Juntas, as três empresas, que têm parentes como sócios, teriam recebido R$ 294 milhões dos R$ 500 milhões repassados ao Distrito Federal pela União para compras de medicamentos desde 2006.

“Apurou-se a existência de vínculos societários entre os proprietários da Hospfar e Medcomerce com a Milênio, bem como dessas três com a empresa Linknet, citada no inquérito policial relacionado à Caixa de Pandora”, afirma o relatório da CGU.

Paulo Octávio

O JT também revelou em março que uma das empresas do ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio (ex-DEM) - que renunciou em meio a denúncias que o ligam ao mensalão de Brasília -, integra consórcios que têm contratos de R$ 137,2 milhões com a Saúde do governo paulista desde 2005.

Saúde afirma que cumpre a lei. Perillo nega parentesco

Em nota, a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde informou que as contratações da Hospfar “obedecem aos trâmites impostos pela lei de licitações”. 'Em um processo licitatório não há análise de pessoa física, mas de pessoa jurídica, que pretende concorrer no certame”.

Segundo a nota, a secretaria exige a apresentação de uma série de documentos, entre eles certidões e balanços fiscais e financeiros das empresas, um “procedimento que ocorre abertamente, na presença de todos os concorrentes”.

A secretaria afirma ainda que as compras feitas sem licitação estão “em consonância com a lei, segundo a qual compras abaixo de R$ 8 mil não requerem abertura de processo licitatório”. Os três contratos, segundo a secretaria, totalizaram R$ 1.386,00. 'É importante esclarecer que a Secretaria da Saúde de São Paulo gasta cerca de R$ 300 milhões por ano com ações judiciais”.

Tetravô

A reportagem tentou, por diversas vezes, contato com a assessoria de imprensa da Hospfar, em Goiânia, mas não teve retorno até as 20h de ontem.

Já o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) afirmou, por meio de assessor, que ele “nem pode ser considerado primo” de Marcelo Reis Perillo, sócio da Hospfar, “tamanha a distância do grau de parentesco”. “O senador fez um levantamento genealógico e viu que seu tetravô era irmão do tetravô dele (Marcelo)”, disse o assessor.

Histórico Nebuloso

Investigada por fraudes no Distrito Federal, a Hospfar responde a processos em Goiânia e no Mato Grosso por suposto superfaturamento de preços e participação em licitações fraudulentas

Em Goiânia, onde fica a matriz da empresa, a Justiça chegou a determinar a indisponibilidade bens dos sócios e proibiu a distribuidora de fechar qualquer contrato com o governo do município

Um dos sócios da empresa, Marcelo Reis Perillo, é primo do senador tucano Marconi Perillo (GO). Outro, Moisés de Oliveira Neto, também é sócio da Linknet, ligada pela PF ao mensalão do DEM.

Ligadas à escândalo de Brasília atuaram em SP

Além da Linknet, que tem entre seus donos um dos sócios da Hospfar, pelo menos outras duas empresas suspeitas de abastecerem o “mensalão do DEM” no Distrito Federal atuaram em São Paulo: Uni Repro e Serveng Civilsan.

A Uni Repro foi investigada em 2007 dentro da Operação Parasitas da Polícia Civil. A empresa faria parte de um grupo que teria causado um rombo de R$ 100 milhões na área da saúde por meio de fraudes em licitações, superfaturamento de preços e entrega de produtos de má qualidade.

Um organograma feito pela Secretaria Estadual da Fazenda e anexado ao inquérito aponta a Uni Repro como prestadora de serviços para o Estado entre 1999, no governo Mário Covas (PSDB) e 2007, início da gestão de José Serra/Alberto Goldman (PSDB), recebendo R$ 26 milhões, dos quais R$ 1 milhão em contratos assinados sem licitação.

A construtora Serveng participou de, ao menos, dois consórcios com contratos no Estado. Um para a realização de obras de melhorias no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, e outro para a construção do trecho sul do Rodoanel, inaugurado em 30 de março.

Na obra no aeroporto, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão do pagamento de R$ 70,9 milhões ao consórcio Queiroz Galvão/Constran/Serveng, após suspeitas de irregularidades. No Rodoanel, auditoria do TCU entre janeiro de 2007 e julho de 2008 encontrou indícios de superfaturamento. Segundo o órgão, a obra, com valor estimado em R$ 3,6 bilhões, obteve “permissão de preços unitários até 30% acima dos preços de referência”.

A Serveng também foi um dos principais doadores da campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) em 2008 - R$ 1,2 milhão. O repasse foi considerado ilegal pela Justiça Eleitoral, que cassou o mandato de Kassab. Ele aguarda no cargo julgamento de recurso.

A boa notícia de hoje

Dilma Rousseff, nossa candidata - e do presidente Lula, de seu governo, do PT e de uma ampla aliança que une o Brasil para continuar mudando o país - anunciou mais uma medida importantíssima: vai utilizar muito o twitter nessa jornada eleitoral. A notícia é excelente nesses tempos em que a internet adquire importância cada vez maior e teve extraordinário papel inclusive na eleição há pouco mais de um ano do presidente Barack Obama.

Ela adiantou que na campanha usaremos o twitter para trocar idéias e discutir propostas, receber sugestões e debater tudo. É isso aí, uma boa notícia. Melhor, ainda, porque eu tenho certeza que esse projeto dela de uso do twiter vai emplacar, principalmente porque o eleitor vai comparar e ver o quanto é distinto do modelo tucano de guerra suja na internet, com e-mails anônimos, endereço oculto, calúnias e ataques pessoais.

Via web o tucanato está movendo uma campanha de ódio e baixo nível, organizada e financiada pelo candidato tucano com responsável assumido e desmascarado. É só comparar. Vamos fazê-lo, diairiamente. Apesar de comparação ser tudo o que os tucanos não querem e fugirem dela - principalmente entre os governos FHC e Lula - como o diabo foge da cruz.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Serra tenta roubar programa de combate à AIDS. Lair Guerra e Jatene serão sempre lembrados


O Conversa Afiada republica e-mail de amigo navegante:

AIDS: Serra assume como dele programa criado por Lair Guerra e Adib Jatene

por Conceição Lemes
Nas três últimas eleições que disputou e nos programas do PSDB, o ex-ministro da Saúde e atual governador de São Paulo, José Serra, é exaustivamente apresentado como a pessoa que:

* Criou um programa de combate de aids, que é exemplo no mundo todo.
* Trabalhou e criou o melhor programa de combate à aids do mundo.

Em março de 2004, num vídeo de 30 segundos, o próprio José Serra, então presidente do PSDB, garante:

Cumprir o que se promete. Colocar as pessoas em primeiro lugar. Trabalhar muito e falar pouco. Honestidade. Estas são marcas do PSDB, o partido que tem história. O PSDB fez metrô, portos, estradas, hospitais, casas, implantou os genéricos e o melhor programa de combate à aids do mundo…

O programa de aids em pauta é o Programa Nacional de Doenças Sexuais Transmissíveis e Aids. Serra se refere evidentemente à época em que esteve à frente do Ministério da Saúde ao qual o PN-DST/Aids é subordinado. Conseqüentemente, segundo a campanha publicitária, é o seu “criador”. Só que esses slogans e as variações dos mesmos, criados por marqueteiros e assumidos por José Serra, são propaganda enganosa. Por desinformação, conivência, sabujice ou má-fé, a mídia corporativa nunca os questionou nesses oito anos.
”Essa história do Serra não corresponde à verdade dos fatos. Discordo também profundamente de que este ou aquele partido criou o programa”, põe os pingos nos is a médica sanitarista Mariângela Simão, desde 2004 diretora do PN-DST/Aids. “O Brasil reagiu muito precocemente à epidemia de aids e vários atores foram importantíssimos na sua história, entre elas a doutora Lair Guerra de Macedo Rodrigues* e o professor Adib Jatene. O grande diferencial é que, no Brasil, o Programa Nacional de Aids deixou de ser uma política de governo para ser uma política de Estado.”

“DNA” DESMENTE SERRA E MARQUETEIROS

Realmente, estes fatos derrubam uma das bandeiras-chave de Serra na área de saúde.

1983. É implantado no Estado de São Paulo o primeiro programa de controle da aids no Brasil. O seu coordenador era o dermatologista Paulo Roberto Teixeira Leite. Na seqüência, é criado o programa no Estado do Rio de Janeiro. Começa também a organização do embrião do Programa de Aids do Ministério da Saúde.

1984. O Programa de Aids do Ministério da Saúde surge no âmbito da Divisão de Dermatologia Sanitária, que tinha como chefe a dermatologista Maria Leide de Santana. José Sarney era o presidente da República e Carlos Santana, ministro da Saúde. Nessa época, chegam ao programa Lair Guerra de Macedo Rodrigues (bióloga), Pedro Chequer (médico epidemiologista e sanitarista), Euclides Castilho (médico epidemiologista), Luís Loures (clínico geral, na época), Celso Ferreira Ramos-Filho (infectologista), entre outros grandes nomes.

“A Lair manteve diálogo constante com o Paulo Teixeira”, frisa Euclides Castilho, professor titular do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, que, desde as primeiras reuniões, participou do Programa Nacional de Aids. “A Lair sempre o chamou para essas reuniões.”

1986. O ministro da Saúde, Roberto Santos, cria oficialmente o PN-DST/Aids no governo do presidente José Sarney. Em 1985, porém, alguns dos seus núcleos já funcionavam.

1991. Começa a distribuição gratuita do AZT (único anti-retroviral disponível) e de alguns medicamentos para infecções oportunistas. Foi Lair Guerra de Macedo que, numa das viagens ao exterior, trouxe escondidas na bagagem as primeiras caixas de AZT que chegaram ao Brasil.

1992. O atendimento é ampliado. O Ministério da Saúde inclui os procedimentos para tratamento da aids na tabela do SUS (Sistema Único de Saúde). O cardiologista e professor Adib Jatene, considerado um dos maiores cirurgiões cardíacos do país, assume o Ministério da Saúde, colocando Lair na coordenação-geral do PN-DST/Aids. Fernando Collor de Mello era o presidente da República.
“A eficiência com que Lair comandou o setor trouxe as primeiras perspectivas otimistas sobre o controle da doença”, observa Jatene. “Foi sua capacidade de propor, sua coragem de defender e sua eficiência em executar que nos colocaram na direção correta, consolidada por tantos que, com competência e dedicação,mantiveram as ações em crescendo, garantindo, em área tão sensível, o reconhecimento de uma liderança que partiu de Lair.”
Mariângela Simão faz coro: “A doutora Lair foi a pioneira. Foi quem colocou – e com sucesso! — a aids na agenda política do governo”.
Mário Scheffer, presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo, acrescenta: “O professor Jatene também foi fundamental. Se ele não tivesse a visão estratégica de que o Brasil tinha que produzir os próprios anti-retrovirais, não se teria garantido o acesso universal ao tratamento antiaids. Foi dele a decisão política de fabricar no País o AZT e o ddI [didanosina, outro anti-retroviral] ”.

1993. O AZT começa a ser produzido no Brasil.

1995. Em janeiro, o professor Adib Jatene assume o Ministério da Saúde pela segunda vez. Moderniza o PN-DST/Aids, dando-lhe novo rumo e capacidade econômico-gerencial. Permanece até novembro de 1996. Nesse período, são dados três passos vitais: apoio aos projetos das ONGs ligadas à área de prevenção e tratamento de HIV/aids; as primeiras recomendações para utilização dos “coquetéis” anti-retrovirais; decisão de comprar os inibidores da protease, a nova família de drogas anti-HIV, que começava a ser comercializada.
“Em março de 1995, editamos a portaria ministerial regulamentando a compra e a distribuição de medicamentos para HIV/aids, para garantir acesso gratuito ao tratamento”, relembra Jatene. “Em 1996, convocamos uma reunião em Brasília com 60 infectologistas para debater qual seria a atitude mais adequada do Ministério da Saúde em relação ao ‘coquetel’. Ele já existia, era capaz de controlar os sintomas e permitir sobrevida longa aos pacientes com aids, permitindo que mantivessem suas atividades profissionais. A recomendação foi de que fornecêssemos os anti-retrovirais a todos os pacientes com aids.”
Pela primeira vez no mundo, essa proposta era apresentada. Sensibilizado com o problema, o senador José Sarney, então presidente do Senado, apresentou e conseguiu aprovar contra a opinião de alguns setores do governo (do presidente Fernando Henrique Cardoso), a Lei 9313 de 1996.
“Com a Lei Sarney, o Ministério da Saúde ficou legalmente autorizado a disponibilizar gratuitamente os anti-retrovirais”, continua Jatene. “O Brasil se tornou o primeiro país a abordar a aids não apenas nos aspectos educativo e preventivo, mas também ao oferecer o tratamento mais eficaz de forma universal e gratuita.”
Mário Scheffer reforça: “Sem a Lei Sarney a distribuição gratuita e universal dos anti-retrovirais não teria se tornado política de Estado, realidade até hoje”.

1998. Em 31 de março, José Serra assume o Ministério da Saúde. O PN-DST/Aids existia, o acesso universal ao tratamento antiaids era real e alguns anti-retrovirais já estavam sendo fabricados no Brasil.

“Realmente, o Serra deu muita força ao programa”, salienta Mariângela Simão. “O Serra enfrentou os laboratórios internacionais, ameaçando com a quebra de patentes para adequar o custo dos medicamentos”, observa a Jatene. “Quando os programas de saúde se instalam e são consistentes, debatidos com a sociedade, as entidades científicas, eles se tornam definitivos, viram políticas de saúde. Aí, são incorporados e aprimorados pelos ministros que se seguem. Foi o que fizeram o Serra, o Humberto Costa e, agora, o Temporão. Essa é a grande força do Ministério da Saúde”.

Em português claro. O PN-DST/Aids é um “filho” bonito, bem-sucedido, famoso e reconhecido internacionalmente. Serra não quis desempenhar apenas o importante papel de tê-lo ajudado ir adiante. Fez e faz de conta que é seu criador. O que, além de inverídico, é injusto. Os marqueteiros podem até tentar maquiar a história do PN-DST/Aids, mas é impossível alterar o seu “DNA”. Todos os que, desde o começo da década de 1980, acompanham a luta antiaids no Brasil são testemunhas, inclusive esta repórter.

SERRA AMEAÇOU, LULA QUEBROU
O Programa Nacional de DST e Aids não começou nem terminou na gestão Serra. É mérito de vários governos, a partir de 1985.
Em 2001, Serra ameaçou quebrar as patentes de dois remédios do “coquetel” antiaids: nelfinavir, da Roche, e efavirenz, da Merck, Sharp & Dhome. Argumento: abuso do poder econômico. Após negociações, chegou-se a um acordo.

Em 2005, a queda de braço foi com a Abbott, e o lopinavir/ritonavir, o alvo. O ministro da Saúde era Humberto Costa. De novo, se negociou e se chegou a um acordo.

Em 2007, o ministro da Saúde já era José Gomes Temporão e, na berlinda, mais uma vez, o efavirenz, o remédio importado mais usado. A maior parte dos pacientes começa com o “coquetel” que associa AZT (zidovudina), 3TC (lamivudina) e efavirenz. É a combinação de primeira linha.

Na época, o Brasil pagava à Merck US$1,56 por comprimido. O que se pretendia era adquiri-lo pelo mesmo preço vendido à Tailândia — US$ 0,65. O Ministério da Saúde negociou exaustivamente. Apesar do volume — tratamento para 75 mil pacientes! –, a multinacional não cedeu.

Em conseqüência, o ministro Temporão e o presidente Luis Inácio Lula da Silva decretaram o primeiro licenciamento compulsório de um remédio no Brasil. O País começou a comprar efavirenz da Índia (que não reconhece patentes) por US$ 0,46 a unidade. Paralelamente, Farmanguinhos, que faz parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Ministério da Saúde, desenvolveu todo o medicamento: da fabricação da matéria-prima ao remédio final, para ser consumido. Em fevereiro de 2009, o primeiro lote foi entregue. Cada comprimido sai a US$ 0,60, devido ao maior custo de produção no Brasil. Só este ano US$ 30 milhões serão economizados.

“A licença compulsória não é para se fazer economia pura e simplesmente. Medidas como essa nos permitem usar melhor o recurso público e introduzir novas drogas”, expõe Mariângela Simão. “A longo prazo, esse salto tecnológico nos possibilitará desenvolver novas moléculas e garantir a sustentabilidade do PN-DST/Aids.”
“PROGRAMA NACIONAL DE AIDS NÃO TEM DONO”

Entre 1981 e 1989, a sobrevida dos adultos após o diagnóstico de aids era, em média, de 5,1 meses. Em 1995/96, 58 meses. Já os diagnosticados em 1998/99, 110 meses. Há pessoas vivendo com aids no Brasil há 10, 15, 18 anos. Aids não tem cura, mas tem controle. Vive-se cada vez mais.

“Por isso, quem acha que eventualmente se expôs a alguma situação de risco no decorrer da vida, deve pensar seriamente em fazer o teste de aids”, incentiva a doutora Mariângela.
“Quanto mais cedo se descobre que se é portador do HIV, maior a possibilidade de qualidade de vida melhor.”
O Ministério da Saúde fornece gratuitamente o “coquetel” a 185 mil pessoas. A cada ano, novas 15 mil a 17 mil passam a utilizá-lo. A “cesta” atual compõe-se de 18 anti-retrovirais**.

Detalhe: como os pacientes tratados por muito tempo, tornam-se resistentes a várias drogas, são necessários novos anti-retrovirais. De 2005 para cá, foram introduzidos três. Em 2008, um da própria Merck, que, em 2007, teve a patente quebrada do efavirenz. E, ao contrário do que alardeavam e até torciam os opositores do governo Lula, a farmacêutica não retaliou. “O Brasil é um dos grandes mercados do mundo”, alfineta Mariângela. “E o governo federal é o único comprador brasileiro.”
Maior programa de aids do mundo? Melhor do mundo? Exemplo para mundo?

Mariângela tem ojeriza a carimbos triunfalistas, megalomaníacos ou personalistas. Para essas perguntas, tem uma resposta na ponta da língua: “Somos um programa com grandes feitos, mas também com muitas coisas a fazer, já que o Brasil é tremendamente desigual”.

“O programa é resultado de uma construção coletiva e contínua, que fez e faz diferença até hoje: os movimentos sociais, as ONGs de prevenção e tratamento da aids, os conselhos e profissionais de saúde”, orgulha-se a sua diretora. “Na verdade, o Programa Nacional de Aids não tem dono. Foi criado e consolidado por mil e uma mãos.”

* Em 1996, Lair Guerra de Macedo Rodrigues sofreu um acidente de carro em Recife, onde se encontrava para um congresso de aids. Ficou vários dias entre a vida e a morte. Recuperou-se lentamente, mas não pode reassumir as suas funções devido às sequelas.

** Dos 18 anti-retrovirais, 7 são nacionais: zidovudina (AZT), lamivudina (3TC), indinavir, estavudina, nevirapina, saquinavir e efavirenz. Os 11 importados são: abacavir, atazanavir, darunavir, didanosina, enfuvirtida, fosamprenavir, lopinavir/ritonavir, ritonavir, tenofovir, raltegravir e amprenavir.

Militantes e lideranças lotam ato do PCdoB de apoio à Dilma

Ao som de “Deixa a Dilma me levar/ Dilma leva eu” a banda Coisa Nova animava a militância do PCdoB que aguardava o inicio do ato de apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República, na tarde desta quinta-feira (8), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O público é tão grande que grande parte teve que ficar do lado de fora do auditório - com capacidade para mil pessoas -, assistindo do telão montado no saguão.

O evento reuniu lideranças e militantes de todas as regiões do País, que foram unânimes em avaliar que a aliança PCdoB-PT é “natural”, considerando que os dois partidos estão juntos desde 1989, na primeira candidatura de Lula à Presidência, e há convergência nos programas defendidos pelos dois Partidos.

Eles também declararam a certeza de êxito no pleito de 2010 – tanto na eleição de Dilma à Presidente como de uma bancada expressiva do PCdoB a nível federal e nos estados. Essa certeza se manifesta na confrontação dos programas apresentados pelo campo de esquerda e da proposta neoliberal do candidato tucano José Serra.

Duas horas depois dos portões abertos ao público, a platéia mantinha a animação e os gritos, reproduzindo os slogans do Partido e de apoio à candidatura Dilma.

A alegria e descontração começaram logo na fila que se formou em frente ao Centro de Convenções. Para isso contribuiu a presença de Sabrina Sato, do Programa Pânico, da RedeTV, que disputou com os líderes políticos a atenção do público.

Da sucursal de Brasília
Márcia Xavier

Galera da Dilma: Jovens consolidam blog de apoio a Dilma Rousseff

Com formato e conteúdo destinados a despertar o interesse do público jovem, estreou nesta quinta-feira (8) o novo formato do blog Galera da Dilma ( http://www.galeradadilma.com.br/ ). O blog já estava em funcionamento desde a semana passada, no endereço da Wordpress (http://galeradadilma.wordpress.com/), mas agora ganha domínio próprio e novo leiaute, mais sintonizado com a linguagem visual apreciada pela juventude.

O blog foi incrementado com recursos para postar arquivos em mp3, assim o leitor poderá acompanhar, por exemplo, as entrevistas da Dilma para rádio. Haverá, ainda, espaço para enquetes, "pois acreditamos que essa é uma maneira de descobrir as preferências dos nossos jovens leitores", dizem os organizadores do blog. E, em breve, será divulgada uma lista com os blogs parceiros e uma galeria de imagens cheia de fotos legais.

A repaginação do blog acontece um dia depois que Dilma, em encontro com a juventude em Belo Horizonte, conclamou aproximadamente dois mil jovens a dar continuidade ao projeto do presidente Lula.

“Vocês são o futuro do presente e, por isso, olhamos a juventude com olhar de construção do amanhã”, afirmou a pré-candidata durante o encontro na capital mineira, que foi organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

Dilma foi convidada para participar da abertura do projeto “Juventude em Debate” que contou com a participação de representantes de varias juventudes partidárias, como PT, PMDB, PDT e PCdoB.

Durante o discurso Dilma lembrou que os jovens ocupam um papel importante na luta pela continuidade dos projetos iniciados durante o governo Lula. “Temos que avançar muito ainda por esse caminho, temos que assegurar que as conquistas que já obtivemos não retrocedam. Precisamos avançar”, explicou. Para ela, será preciso “disputar milímetro a milímetro, hora a hora, minuto a minuto” para manter todos os projetos.

“Esse é um ano de debate onde vamos confrontar o projeto do presidente Lula, o da modernidade, com outro projeto que governou o país antes de nós, e por oito anos sucateou a educação, fechou empresas públicas ou sucateou o patrimônio público, esse é o projeto que vai ser confrontado conosco”, ressaltou.

Dilma elogiou a juventude e disse que ela compõe uma parte importante e generosa da sociedade. “Está aqui nessa sala um dos fatores principais, porque aqui tem setor da população extremamente politizado, generoso e com grande presença na sociedade e estou falando de jovens de todas as classes sociais, aqueles que sabem que não só é possível sonhar, mas realizar os sonhos que têm”, afirmou.

Ditadura militar

A pré-candidata também falou que na sua juventude lutou por um país mais justo, com os mesmos ideais defendidos pela atual juventude. “Há vários anos atrás eu estive lutando como vocês pela melhoria do meu país, era uma luta diferente, uma luta em que o Brasil vivia uma experiência muito dura, que é a experiência de viver na ditadura. A minha juventude defendeu, e muitos ficaram pelo caminho, os mesmos ideais que vocês defendem de transformação do Brasil, numa sociedade mais justa e um Brasil soberano e independente”, disse.

Durante sua visita a Minas Gerais, a ex-ministra visitou o Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte, local que a inspirou politicamente.

Ela estudava no local quando houve o golpe militar de 1964. Dilma passeou pelo pátio da escola e lembrou dos tempos de sua juventude e teve contato intenso com os atuais estudantes.

“Em 1964, esse colégio era uma turbulência, porque tinha acabado de fechar o país, não tinha espaço de manifestação nenhuma. E eu lembro de vários estudantes que estavam mobilizados aqui. Eu vinha de um colégio de freira, eu vinha do Colégio Sion, mas tinha já aqui uma grande mobilização. E dois estudantes aqui foram logo presos, um deles era uma moça, e eu lembro que depois a mobilização nunca mais parou. Nós éramos aqui bastante rebeldes”, disse Dilma ao lembrar dos anos do colégio.

Segundo ela, a última vez que esteve no Estadual Central foi em 1968 e depois apenas passou em frente ao local sem entrar. “Tem muita coisa do meu tempo, mas já mudou muito”, disse ao percorrer a escola. Dilma estudou o Segundo Grau Clássico, que corresponde ao atual Ensino Médio.

Durante a caminhada, a ministra foi abordada por docentes que pediam para que ela trabalhasse para que se pague o piso salarial aos professores em Minas Gerais e ouviu dos alunos o pedido para que a greve nos colégios da cidade não continue.

Pré-sal

A ex-ministra da Casa Civil afirmou, ainda, que é contra mudanças no projeto de cria o Fundo Social do pré-sal. Segundo ela, é fundamental que esse dinheiro seja investido maciçamente em educação, como o governo havia previsto inicialmente.

“Concordo que o maior volume de recursos do Fundo Social do pré-sal tem que ser destinado para a educação. Essa é a ideia do presidente Lula e, por isso, repudiamos todas as tentativas de transformar o Fundo Social e pendurar nele todas as despesas que alguns imaginam pôr”, disse.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

PT realiza encontro em Brasília para discutir ação na internet

Nesta quinta-feira (8), a Secretaria Nacional de Comunicação do PT promove uma reunião, em Brasília, com os secretários estaduais de comunicação do partido e assessores para discutir a ação petista na internet durante a campanha eleitoral. O encontro vai contar com a participação de Marcelo Branco, integrante da agência Pepper Comunicação Interativa, que será a responsável por toda ação da internet na campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República.



Segundo o secretário nacional de Comunicação do PT, André Vargas, o partido quer fidelizar e inserir as redes sociais à militância. “Em 2006, a comunicação pela internet era feita por páginas relativamente estáticas e por envio de boletins a grupos de e-mails cadastrados. Hoje as possibilidades são bem maiores. Há muito mais interatividade", afirma Vargas.



“Queremos combater preconceitos e mostrar as diferenças entres nós – PT e aliados – e eles – PSDB, que votam contra a agem contra o nosso país”, reforça ele. Ele lembra ainda que o objetivo da reunião é a organização dos diretórios estaduais do PT para ajudar na comunicação eleitoral da pré-candidata ao Palácio do Planalto. “A idéia é produzir material de divulgação para televisão, rádio e internet, aproveitando o efeito multiplicador da estrutura disponível da militância petista nos estados”, disse.



O objetivo é reforçado por Marcelo Branco. Segundo ele, o trabalho terá em vista a base militante do PT e PMDB pela internet. A ação terá como base a experiência de comunicação utilizada na campanha de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos, com uma estratégia diferenciada. Branco, que é ex-diretor da Campus Party Brasil, diz que a internet vai ser decisiva nesta eleição e as redes sociais dos petista serão fundamentais. “A internet é muito importante porque vai estabelecer um processo de politização”, informou.



Para Branco, os grandes temas nacionais certamente estarão em debate e vai ser a chance do eleitor e do candidato se aproximarem, porque não tem como fazer uma campanha na internet com uma hierarquia muito superior entre os políticos e os cidadãos. “Pela primeira vez na história da humanidade eles estão na mesma plataforma. O nosso maior objetivo vai ser aprofundar essa discussão que o Brasil já vem fazendo do governo Lula”, enfatiza.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Empresa ligada a tucanos registra domínio para atacar Dilma e PT

Pelo que se desenha, antes mesmo de começar, a campanha eleitoral deste ano irá derrubar velhos conceitos sobre como fazer uma campanha política na Internet. O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) postou mensagem no Twitter, informando que uma empresa de informática estaria registrando domínios na Internet com objetivo de criar sites com o intuito específico de atacar a candidatura presidencial da ex-ministra Dilma Rousseff (PT).”

por Por Luis Sucupira
para o site Convergência Digital
Pelo apurado a empresa é detentora de um domínio criado para realçar as qualidades do candidato do PSDB na Internet (www.amigosdoserra.com.br), o que supostamente a vincula com a candidatura tucana. A empresa também registrou dois outros endereços eletrônicos, deixando clara a intenção de atacar a imagem da candidata do PT à Presidência da República. O mais grave, foi ter supostamente usado CNPJs diferentes nos registros de domínios. Os CNPJs pesquisados no site da Receita Federal aparecem como "inexistentes". A DDM também atende pelo nome "Duo Database Marketing Serviços e Sistemas Ltda" e seu endereço eletrônico é www.ddm.com.br. O curioso é que tanto os seus CNPJs, quanto os endereços comerciais deixam margem para dúvidas sobre suas existências por serem imprecisos e/ou incorretos. Estão registrados no nome da empresa os seguintes domínios na Internet: - amigosdoserra.com.br- dilmanao.com.br - gentequemente.com.br - joseserraoficial.com.br - jotaserra.com.br - jozeserra.com.br - jserra.com.br.

CNPJs e telefones inválidos – por que e para quê?

Na Receita Federal, quando pesquisado o CNPJ da empresa DDM (05/04) usado junto ao Registro.br - do Comitê Gestor da Internet do Brasil - (n° 066.514.423/0001-38) ele foi apontado como inexistente. Hoje à tarde ele aparece como válido. (Aliás, o Comitê Gestor da Internet deveria ter um software que rejeitasse CNPJs falsos – é a máxima da casa de ferreiro espeto de pau). Também com CNPJs inexistentes, a DDM teria registrado os domínios: "www.dilmanao.com.br" – "www.gentequemente.com.br" e "www.amigosdoserra.com.br"; com o CNPJ n°000.660.111/0001-24, inválido até ontem (05/04), hoje à tarde aparece como CNPJ válido. O telefone para contato com a empresa também chama a atenção: (11 - 11111111). Além disso, a empresa informa dois endereços comerciais diferentes.

Mas não é só a empresa DDM que está atrás de confusão. O Instituto Social Democrata (do PSDB), também mantém um domínio na web que, servirá para atacar diretamente aos adversários ao longo da campanha (www.petralhas.com.br). O candidato José Serra conta ainda com o endereço eletrônico www.serra45.com.br, que foi registrado diretamente pelo PSDB. Além disso, o Instituto mantém registrados os seguintes domínios: - blogdojoseserra.com.br - blogdoserra.com.br - eagora.blog.br - jose-sera.com.br - jose-sera45.com.br - josesera.com.br - josesera2010.com.br - josesera45.com.br - joseserra.blog.br - joseserra2010.com.br - petralhas.com.br - serra2010.com.br - sitedojoseserra.com.br - sitedoserra.com.br.

O segredo não é mais secreto...

Outra estratégia adotada por partidos políticos na web é enviar emails com notícias falsas a respeito da vida de candidatos e seus familiares. Tais emails são imediatamente repassados sem nenhuma análise crítica. O fato é que tais sites serviriam para disseminar de forma anônima fatos e ataques em vez de discutir propostas. Este tipo de estratégia funcionou quando a Web era 1.0 e seus usuários meros consumidores de informação sem espírito crítico. Hoje tais estratégias ou abordagens só ajudam a promover o candidato contrário, pois mostra que, longe de discutir propostas, o que pode vir a pegar mesmo serão acusações sem o mínimo de provas.

O fato é que, se isso era uma estratégia para ser mantida em segredo, agora não é mais e ganha notória desconfiança dos propósitos de determinadas candidaturas quando se apresentam na web. É por causa deste tipo de gente – ‘profissionais’ – que aparecem certos senadores querendo amordaçar a Internet. Mas nós estamos de olho e na Web-Livre ninguém mexe. Não sem que a gente faça um barulho muito grande.

Que as eleições deste ano na Internet sejam uma festa democrática da liberdade de expressão e não um festim diabólico onde a libertinagem deixa de ser a exceção. Em política, principalmente, segredo só existe entre duas pessoas quando uma delas morreu. Estamos de olho. A empresa de informática DDM Desenvolvimento de Software S/S Ltda tem, de fato, muitas explicações a dar sobre algumas curiosidades levantadas pelo portal ‘Convergência Digital’.

Dilma defende Estado forte para planejar e criar condições para o desenvolvimento

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, ressaltou a importância de ter um Estado forte, que planeje o país e crie condições para o desenvolvimento. A afirmação foi feita durante palestra nesta quarta-feira (7) para empresários mineiros da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

“Qual é o papel do Estado? Sem ser concorrente do setor privado, ele tem o papel de planejar. O Estado não pode olhar o depois de amanhã, ele tem que olhar o longo prazo. Em que área tem que fazer isso, em energia, por exemplo, senão vai repetir o que vai aconteceu de 2001 e 2002 com o racionamento de energia”, disse.

Segundo ela, o Estado teve um papel fundamental durante a crise financeira internacional garantindo o crédito para as empresas. Dilma lembrou ainda que muitos achavam que o governo Lula vivia de “sorte” por não ter enfrentando crises internacionais.

“Havia alguns que diziam que nosso governo era fruto da sorte. Mas, aí quando veio a crise internacional mostramos que não. Passamos com louvor no quesito vencer a crise, fazendo parte da solução como governo e garantindo liquidez para os empresários. Não deixamos que o choque externo se tornasse um tsunami aqui no Brasil. E o presidente Lula, apesar de criticado por dizer que a crise seria uma marolinha no país, não deixou que o tsunami chegasse aqui”, discursou.

“Nós não podemos conceber um sistema capitalista que não tenha crédito. Hoje achamos natural, mas partimos de um patamar que um crédito total no Brasil não chegava a R$ 400 bilhões e hoje fechamos com um total de R$ 1,4 trilhão”, acrescentou.

Reforma tributária

A ex-ministra da Casa Civil disse ainda que o Brasil precisa enfrentar o problema tributário. “Fizemos política muito forte de desoneração, tão forte que tivemos que compensar estados e municípios, e essa política mostrou que deu certo, que aumenta as vendas e o consumo. Tem conflito federativo para fazer reforma? Tem, porque parte expressiva dos tributos são estaduais. Não conseguimos fazer a reforma que queríamos, simplificar a tributação e não conseguimos por causa do conflito e temos guerra fiscal completamente maluca”, disse.

Emprego e produção em alta na construção civil

A construção civil empregou em fevereiro deste ano um total de 2,558 milhões de operários com carteira assinada, recorde histórico, segundo informações do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Entre janeiro e fevereiro, o número de empregados do setor aumentou 1,55%. Na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, o aumento da base de trabalhadores foi de 4,14%, com a contratação de 101.813 operários formais.

São Paulo

Em São Paulo, o nível de emprego na construção civil teve aumento de 1,54%, atingindo o nível recorde de 709.475 trabalhadores formais em fevereiro. As cidades do interior paulista foram o destaque do mês, principalmente Bauru (aumento de 4,12% as contratações) e São José do Rio Preto (3,14%).

Segundo o sindicato, as contratações cresceram em todos os segmentos da indústria: obras (preparação de terreno, edificações etc) e serviços (incorporação de imóveis, serviços de engenharia).

Produção

O comportamento do mercado de trabalho reflete o crescimento da produção no ramo. O nível da atividade na construção aumentou em fevereiro na comparação com janeiro, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira (8) pela Confederação Nacional da Indústria(CNI).
No mês passado, o indicador, que mostra a evolução da atividade no setor, ficou em 53,2 pontos --valores acima de 50 indicam aumento na atividade. Em janeiro, o número havia ficado em 50,5 pontos.

Os empresários consideraram ainda que o nível da atividade, na marca dos 55,6 pontos, está acima do usual para o período. Também neste caso valores acima de 50 indicam crescimento em relação ao habitual. Em janeiro, havia sido de 52,9.

A pesquisa mostra ainda que o otimismo dos empresários do setor continua em alta. O indicador de expectativa do nível de atividade para os próximos seis meses teve leve queda neste mês, passando de 68,4 pontos em fevereiro para 67,3 em março, mas ainda bastante acima da linha divisória, de 50 pontos.

A projeção para os próximos seis meses é também de crescimento em novos empreendimentos e serviços (67,4 pontos) e na compra de insumos e matérias-primas (66,4 pontos).

Dilma em MG: não vamos tolerar postura falsa da oposição

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira (6), em Ouro Preto (MG), que não aposta no que chamou de "bateu-levou": "Sempre que discutimos propostas e apresentamos caminhos temos que apresentar também as diferenças. Estamos caracterizando o que é o nosso projeto e o que é o da oposição. Se (a oposição) não tem projetos, isso tem que ficar claro", disse.
A ex-ministra rebateu as críticas de que estaria entrando na campanha com um tom agressivo: "Nós queremos debater, fazer o debate respeitoso. Dizer que o projeto do governo Lula é um e o da oposição é outro. É desrespeito?", disse.

Dilma voltou a usar a metáfora do lobo em pele de cordeiro e garantiu que não irá tolerar essa postura dos opositores. Mesmo sem citar nomes, ela mandou um recado direto aos adversários. "Quem da oposição quiser se passar como sucessor do governo Lula não sendo, é um lobo em pele de cordeiro. E vocês sabem quem são", disse, se dirigindo ao público presente à Câmara Municipal da cidade, em um evento onde ela esteve cercada de militantes, parlamentares e prefeitos de cidades do interior de Minas Gerais.

"O que eu chamei de lobo em pele de cordeiro é quem criticava até ontem e hoje não critica mais. Lobo em pele de cordeiro é uma expressão bíblica, que das pessoas caracterizam o que elas não são. Um lobo pode se vestir com uma pele bem branca e estar com as patas afiadas", afirmou, dizendo ainda que, apesar do tom elevado, pretende fazer uma campanha rumo ao Palácio do Planalto "em alto nível".

"Havia uma oposição clara ao nosso projeto, e essa oposição continua. Tento uma oposição clara, ela não pode tentar aparecer como não sendo oposição", completou a petista, que também botou flores aos pés da estátua de Tiradentes.

Na segunda-feira, Dilma usou a mesma expressão e disse que só quem pode garantir essa continuidade é a aliança "virtuosa" que elegeu Lula e apoiará agora sua candidatura.

"Aqueles que venderam nosso patrimônio, que quebraram o Brasil e deixaram o povo sem um salário digno não têm condições de levar isso adiante. São lobos em pele de cordeiro, mas o povo brasileiro está esperto e sabe reconhecer os falsos cordeiros. Um dia falam que vão continuar. Outro dia eles mostram patinha de lobo ao cometer um ato falho e ameaçam acabar com o PAC, com a política econômica. Como eles podem continuar o governo Lula se passaram os últimos sete anos e meio criticando este governo? Antes de mais nada, eles são anti-Lula", disse Dilma, em seu primeiro compromisso público após sua desincompatibilização do cargo de ministra-chefe da Casa Civil.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dilma responde a Serra: "Debate centrado na ética é muito bom"

Em sua primeira entrevista depois de sair do governo, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou a Leonencio Nossa, do jornal O Estado de S. Paulo, que o PT não se assusta com a discussão da questão ética. A declaração foi uma resposta ao desafio proposto pelo ex-governador José Serra, pré-candidato do PSDB, ao fazer um balanço de sua gestão em São Paulo.
“Esse debate é muito bom para a gente”, afirmou, dando como exemplo “tudo o que foi feito” nas operações da Controladoria-Geral da União com a Polícia Federal. “Se teve um governo que levantou o tapete, foi o governo Lula. Antes não apareciam denúncias, porque ninguém apurava.”

Sem citar nomes, ela criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República durante o governo Fernando Henrique. “Acabamos com a figura do engavetador-geral. Onde está o engavetador? A União não engaveta mais nada”, disse ela. “Nos sentimos muito à vontade em fazer essa discussão.”

Dilma reconheceu as falhas no sistema de saúde e propôs aumentar os investimentos em educação. Disse que os rivais terão de mostrar propostas para o País não ficar estagnado: “O Serra que me desculpe, mas ele não foi só ministro da Saúde. Foi ministro do Planejamento. Planejou o quê, hein?”

A seguir, os principais trechos da entrevista.

O Estado de S.Paulo – O presidente Lula disse que espera que seu sucessor faça mais pela educação. Qual sua meta para o setor?
Dilma Rousseff – Ele tem toda razão. Ele construiu um alicerce. Vamos ter que aumentar ainda mais os investimentos.

O Estado de S.Paulo – Hoje, o investimento não chega a 5% do PIB. Educadores sonham com 7%. É possível investir 10%?
Dilma Rousseff – Não vou dizer porcentual porque não sou doida, mas dá para aumentar progressivamente os investimentos. Não podemos esquecer que teremos recursos da exploração do pré-sal.

O Estado de S.Paulo – Mas a proposta de investir o dinheiro do Fundo Social do pré-sal em educação encontrou resistência no Congresso. Os partidos querem repassar os recursos para outros setores.
Dilma Rousseff – Aí não está certo, distorce o que pode ser o nosso passaporte para o futuro. Apostar na educação não é só uma questão de inclusão e dar suporte à inclusão social. Temos que investir em educação para sermos de fato um país de liderança mundial.

O Estado de S.Paulo – No debate sobre saúde, a senhora não teme enfrentar José Serra, que é um ex-ministro da área?
Dilma Rousseff – Não tivemos na saúde, nos últimos 30 anos, um momento tão propício, como agora. Demos um grande salto quando estruturamos o SUS (Sistema Único de Saúde), ninguém pode negar. O SUS de um lado garantia a atenção básica e a partir de um certo momento, as unidades básicas de saúde, com saúde da família, que atendem a gestantes, crianças e aqueles que têm doenças como diabetes, hipertensão. E tinham os hospitais. Neste processo, entre as unidades e os hospitais não tinha nada, não tinha a média complexidade. Uma pessoa ficava em filas e filas. Isso não foi resolvido por ninguém.

Acho que o grande passo foi dado com as UPAs, as Unidades de Pronto Atendimento, que garantem atenção 24 horas por dia e impedem que a fila se dê no hospital, transfere o atendimento de urgência e emergência para essas unidades. As UPAs, que estão programadas para uma população de 100 a 200 mil, chegando a 300 mil, têm níveis de cobertura diferenciada. Em vez de ir direto para o hospital, uma pessoa que teve um ataque cardíaco segue para uma UPA. A unidade faz a prevenção, dispensando a fila no hospital. Se o ferimento ou o problema não for grave pode ser tratado ali.

O Estado de S.Paulo – Mas a realidade ainda é outra...
Dilma Rousseff – Acho que vamos mudar esta realidade. O pessoal tem toda a razão quando se queixa. Não tinha fila no INSS? Nós não falamos que íamos acabar? Acabamos. Vamos mudar a situação da saúde.

O Estado de S.Paulo – José Serra saiu do governo de São Paulo com um discurso focado na questão ética. Pode prevalecer esse debate no processo eleitoral?
Dilma Rousseff – Esse debate é muito bom para a gente. Pode olhar tudo o que foi feito. Nunca se esqueça que foi a CGU quem descobriu a máfia dos sanguessugas. Tudo foi feito pela CGU, combinado com a Polícia Federal. Se teve um governo que levantou o tapete, foi o governo Lula.

Antes não apareciam denúncias, porque ficavam debaixo do tapete, ninguém apurava. Estava vendo, outro dia, um levantamento da CGU que mostra que as principais descobertas e investigações neste governo foram de casos que ocorreram em governos anteriores. A apuração das denúncias levantadas pela Operação Castelo de Areia é um caso. E acabamos com a figura do engavetador-geral. Onde está o engavetador? A União não engaveta mais nada.

Nos sentimos muito à vontade em fazer essa discussão. Agora, se me perguntarem se isso rende frutos, acho que não rende. Eles pensaram que ia render em 2006. Acho que eles não podem ter só esse discurso. Vão ter que mostrar qual é a proposta para o Brasil não viver estagnado.

O Serra que me desculpe, mas ele não foi só ministro da Saúde. Foi ministro do Planejamento. Planejou o quê, hein? Ali, se gestou sabe o quê? O apagão. O apagão que eu falo é o racionamento. Porque o pessoal usa um pelo outro. Racionamento é ficar oito meses sem energia.

O Estado de S.Paulo – A senhora trabalha para estar no mesmo palanque de Ciro Gomes ainda no primeiro turno?
Dilma Rousseff – Tenho uma relação muito forte com Ciro, por conta do fato de termos sido ministros no primeiro mandato do presidente Lula. Foi uma época muito difícil, havia muita tensão, muitas acusações. O Ciro foi um companheiro inestimável. Ele pensa semelhante a todo o projeto do governo. Agora, o que ele vai fazer só ele pode dizer. Não tem como fazermos suposições sobre qual é o caminho político do Ciro.

O Estado de S.Paulo – O país ficou 21 anos sob ditadura e, há 25 anos, não tem direito oficialmente à memória dos tempos do regime militar. A senhora já disse que não aceita o revanchismo. Há condições para abrir os arquivos militares?
Dilma Rousseff – Não tem revanchismo em relação à memória. Fizemos todas as tratativas na Casa Civil, quando mandamos ofícios a todos os órgãos arquivistas existentes na República. Pedimos que entregassem os arquivos. Foi dito que tinham sido queimados. Então, que se apresentassem as provas. A Aeronáutica entregou a parte do arquivo. As demais Forças disseram que não existem arquivos. O que pudemos fazer, nós fizemos.

O Estado de S.Paulo – Se a senhora for presidente, vai abrir o arquivo do CIEx, órgão de inteligência do Exército?
Dilma Rousseff – O Brasil está bastante aberto. Depende do que vai ocorrer daqui para frente. O aperfeiçoamento da democracia não é uma coisa que se faz de uma vez por todas. Faz a cada dia. É um processo de consulta a pessoas.

O Estado de S.Paulo – Há clima favorável ao fechamento de um ciclo, à abertura do arquivo?
Dilma Rousseff – Acho que esse ciclo está consolidado, bastante consolidado.

O Estado de S.Paulo – Qual a proposta da senhora para as Forças Armadas?
Dilma Rousseff – O Plano de Defesa que fizemos foi uma das melhores coisas do governo Lula. Um país deste tamanho tem de aparelhar e valorizar as suas Forças Armadas, tem de ter uma estratégia de defesa. É preciso estar presente na nossa imensa costa, até porque temos a questão do pré-sal, e daí a importância dos submarinos.

FHC agora quer que esqueçam o que fez

Publicado em 05-Abr-2010

Como tratar um artigo de um ex-presidente da República, um sociólogo, que grosseiramente para superar um problema exclusivo de seu partido - a falta de unidade - cria um inimigo externo? É o que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no fim de semana ao conclamar os tucanos à unidade. Propõe a união de Minas com São Paulo - no fundo, pede o apoio do ex-governador tucano de Minas Aécio Neves ao candidato da oposição à presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS). Mas, FHC conhece a história. Ou deveria conhecer. Ele sabe que a rejeição de um amplo contingente do eleitorado mineiro à hegemonia tucano-paulista tem raízes históricas e não será criando fantasmas que resolverá a questão mineira.



Como tratar um artigo de um ex-presidente da República, um sociólogo, que grosseiramente para superar um problema exclusivo de seu partido - a falta de unidade - cria um inimigo externo? É o que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no fim de semana ao conclamar os tucanos à unidade. Propõe a união de Minas com São Paulo - no fundo, pede o apoio do ex-governador tucano de Minas Aécio Neves ao candidato da oposição à presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS).

Mas, FHC conhece a história. Ou deveria conhecer. Ele sabe que a rejeição de um amplo contingente do eleitorado mineiro à hegemonia tucano-paulista tem raízes históricas e não será criando fantasmas que resolverá a questão mineira.

Também, tratar o governo Lula e o PT como ameaças à democracia, o projeto de desenvolvimento nacional que implementamos como capitalismo burocrático, e voltar com o factóide do aparelhamento do Estado, só revela a falta de propostas dos tucanos. Uma situação, alías, sobre a qual a maior responsabilidade é exatamente de FHC pelos seus títulos e liderança sobre os tucanos, seu eleitorado e por ter sido o fiador da aliança com a direita que o levou ao poder por oito anos.

Pior que o ex-presidente, só Serra

Pior que essas posições incoerentes de FHC só mesmo as de Serra, que ao deixar o governo de São Paulo na semana passada, em ato no qual tinha a seu lado a cúpula do DEM e seu antes arquiinimigo Orestes Quércia, gritou um basta à roubalheira. Na ausência, é lógico, dos governadores Yeda Crusius (RS), Cássio Cunha Lima (PB), Leonel Pavan (SC) e outros campeões tucanos de envolvimento em denúncias de corrupção e irregularidades, como bem lembrou um jornalista conhecedor da alma udenista tucana.

Para completar faltava esse artigo do ex-presidente onde compara a disputa de 2010 à luta contra a ditadura e as Diretas já. Só falta comparar à luta contra a subversão e a corrupção tão cara ao ideário da UDN e que nos custou 25 anos de ditadura.

Mas, FHC não está sozinho nessa luta pela sua sobrevivência política e a do neoliberalismo que lhe é tão caro. Numa verdadeira Operação Levanta-FHC o Estadão desse domingo lhe dedicou chamada na 1ª página, capa inteira e mais três páginas do caderno Aliás (além de análise da rejeição dos tucanos ao ex-presidente em sua principal coluna política). Tudo para uma entrevista em que ele diz que chamá-lo de neoliberal é xingamento; falta crítica teórica à esquerda que vira governo; a união de setores do Estado, empresas e fundos de pensão é golpe de poder no Brasil; e que Dilma precisa ler Descartes e Serra entender de candomblé.

O jornalão, entende-se, está desesperado. Sente-se viúvo com a iminência da derrota do tucanato na eleição de outubro e com o desprezo e a "operação esconder FHC" dos companheiros do ex-presidente. Daí o empenho em recolocá-lo no palco. Já o ex-presidente FHC considerar xingamento tachá-lo de neoliberal é não só querer que esqueçam o que ele escreveu como já pediu no passado, mas agora, também, o que ele fez.

Contratos de publicidade do Metrô do José Serra são alvo do TCE

A área técnica do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo concluiu que dois contratos assinados pelo Metrô em 2008 com agências de publicidade de Duda Mendonça e Nizan Guanaes, dois dos principais marqueteiros do país, são irregulares e devem ser anulados.O Metrô já pagou R$ 63 milhões às agências

A recomendação consta de processos administrativos em tramitação no TCE, aos quais a reportagem do jornal Agora teve acesso. Eles estão sob a relatoria do conselheiro Renato Martins Costa, ainda sem previsão de julgamento. Neles, a 2ª Diretoria de Fiscalização e a Assessoria Técnica Jurídica do TCE concluíram "pela nulidade da licitação e do contrato" após constatarem irregularidades na concorrência.


A área técnica do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo concluiu que dois contratos assinados pelo Metrô em 2008 com agências de publicidade de Duda Mendonça e Nizan Guanaes, são irregulares e devem ser anulados.

O Metrô já pagou R$ 63 milhões às agências e nega que tenha havido ilegalidades.A recomendação consta de processos administrativos em tramitação no TCE, aos quais a Folha teve acesso. Eles estão sob a relatoria do conselheiro Renato Martins Costa, ainda sem previsão de julgamento

Neles, a 2ª Diretoria de Fiscalização e a Assessoria Técnica Jurídica do TCE concluíram "pela nulidade da licitação e do contrato" após constatarem irregularidades na concorrência.

Os contratos foram assinados em outubro de 2008 com a Duda Mendonça & Associados Propaganda Ltda (R$ 14 milhões) e com a 3P Comunicações Ltda (hoje MPM Propaganda Ltda, por R$ 11 milhões), mas foram renovados duas vezes desde então. Expiram no fim do mês, mas podem ser prorrogados novamente.

Entre as irregularidades verificadas pelos auditores, cujos pareceres subsidiam o voto do relator, está o fato de os contratos terem sido assinados sem nenhum detalhamento dos custos que justificasse os valores acertados com as agências.Além disso, afirmam os técnicos, o edital da licitação previa gasto total de R$ 20 milhões, embora os contratos tenham sido assinados pelo Metrô por R$ 25 milhões. Também foram encontradas irregularidades no critério usado pela companhia para aferir a solidez financeira das agências.

Os envolvidos têm até o próximo dia 22 para apresentarem suas alegações. A decisão final tomada pelo TCE pode ser encaminhada para a Assembleia Legislativa, que, por sua vez, pode remetê-la para o Ministério Público.Folha

Serra empaca e Dilma dispara. Data-da-Folha mentiu.

Matéria publicada em 04 de abril de 2010 no Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim.


Escondido e com título enganador, diz o Estadão, hoje, na pág. A11 que o Zé Inacabado – não é bom esse, amigo navegante ? (*) – empacou nas pesquisas, enquanto a Dilma cresce a passos firmes.

Em janeiro, segundo a Vox Populi, o Serra (sem a inauguração de obras inacabadas) tinha os mesmos 34% de hoje, depois da inauguração de obras inacabadas.

E a Dilma subiu de 27% para 31%.

Ou seja, Serra está onde sempre esteve a UDN, desde o Brigadeiro: nos 30%.

E olha que, segundo José Roberto de Toledo, ao lado, na Estadão, diz que “a petista avança devagar”, no momento em que apenas um terço do eleitorado sabe dizer espontaneamente em quem votar.

Ou seja, quando a força do recall é maior.

Mauricio, com a usual competência, lembra que Serra se vale de uma super exposição há vinte anos: Super- Ministro do Planejamento do Governo do Farol de Alexandria, quando, segundo o Farol, foi quem mais lutou para privatizar a Vale; Ministro da Saúde, quando instalou uma Gestapo sob o comando de Marcelo Lunus Itagiba; candidato derrotado a prefeito de São Paulo, candidato derrotado à presidência, vitória para prefeito e governador de São Paulo.

O Inacabado está lá, no pódium do PiG (**), há 20 anos.

Mesmo assim, institutos de pesquisas e analistas de pesquisas fora do Eixo do Mal (Data-da-Folha e Globope (***) ), estão certos de que Dilma é a favorita.

O PiG (**) esconde, mas Mauricio lembra.

Em 2002, quando o Serra levou uma surra de 61% a 39% do Lula , o Zé Inacabado só ganhou em um Estado: Alagoas.

Com que ideias o Serra pensa que será eleito ?

Em tempo: ao mesmo tempo em que o Inacabado se lançava candidato, o Data-da-Folha (****) dizia que ele tinha disparado nas pesquisas.

O Inacabado é imbatível nas pesquisas do Eixo do Mal.

Não perde uma eleição.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pesquisa mostra Dilma na frente de Serra no Rio de Janeiro

O jornal O Dia publicou neste domingo (28) uma pesquisa do Instituto Vox Populi sobre intenção de votos para presidente, realizada entre os dias 20 e 22 de março no estado do Rio de Janeiro. A ministra Dilma Rousseff aparece na frente com 29% da preferência do eleitorado, enquanto o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tem 28%.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), com o nº 18.994/2010. O Vox Populi fez 1.000 entrevistas na capital, na Região Metropolitana e no interior do Estado do Rio. No cruzamento por região, Dilma Rousseff apresentou seu melhor desempenho na capital do estado, com 33% das intenções de voto, contra 20% de Serra. Já o tucano teve a seu melhor desempenho no interior, com 40% das intenções. Nesta região, Dilma somou apenas 24% das intenções.

O jornal diz ainda que para o presidente do Vox Populi, João Francisco Meira, a pesquisa revela uma tendência nacional, que demonstra o crescimento de Dilma. “A boa performance da petista na capital revela o grau de informação do público. À medida que Dilma associa sua imagem à imagem do presidente Lula, ela ganha respaldo e aceitação. No interior, essa informação chega de forma mais lenta ao eleitor”, acredita o presidente do Instituto Vox Populi.

Em outro cenário, sem a participação de Ciro Gomes, que ainda não teve a candidatura confirmada — mas é aliado de Lula, Serra (34%) e Dilma (31%) também aparecem tecnicamente empatados. Com Ciro fora, Serra chega a 48% no interior, seu melhor desempenho no Estado do Rio. No mesmo cenário, Dilma tem seu melhor resultado na capital, com 37% das intenções de voto. “Não está claro ainda para o eleitor que Ciro é aliado de Lula”, diz.

Lula tem 90% de aprovação

De acordo com Meira, a aprovação de Lula no Rio chega a 90%. Para 29% dos entrevistados, o governo é ótimo; 43% acham bom; 18%, regular positivo; 5%, regular negativo; 3%, ruim; e só 2% acham péssimo. A pesquisa também mostra que 86% dos entrevistados sabiam que o presidente não pode concorrer nas eleições de outubro. Mas se pudesse, 61% o escolheriam outra vez.

Com informações do jornal O Dia

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Uma ótima notícia

Veio com a pesquisa Datafolha que dá a petista Marta Suplicy disparada em 1º lugar para o Senado. Nada menos que 43% do eleitorado de São Paulo tem a ex-prefeita da capital como sua primeira opção de voto (na eleição desse ano vota-se em dois candidatos para o Senado que se renovará em 2/3).

Temos assim, confirmada, mais uma prova da decisão acertada do PT paulista de compor a chapa Marta Suplicy senadora - Aloízio Mercadante governador e de buscar unir em São Paulo a base dos partidos que integram o governo Lula.

Marta-Mercadante é sinônimo de vitória, é chapa para ir não apenas ao 2º turno, mas para decidir as eleições, vencê-las e dar uma votação extraordinária à nossa candidata a presidenta, Dilma Rousseff.

Discurso da ministra Dilma Rousseff - 31/03

Eu vou começar saudando o nosso presidente. Como é do protocolo, mas também devido à importância dessa solenidade. Cumprimentar o Michel Temer, presidente da Câmara, os ministros que estão tomando posse. Tenho certeza que todos vão cumprir a missão que têm pela frente tão ou melhor do que nós fizemos.

Começo saudando a minha querida Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil, o ministro Paulo Sérgio, dos Transportes, o Gabas, querido Gabas da Previdência Social, Vagner Rossi, da Agricultura, o Marcio Zimmermann, de Minas e Energia, o José Artur Filardis, das Comunicações, a Isabela, do Meio Ambiente, o João Santana, da Integração, a nossa querida Márcia, do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e queria saudar os ministros que ficam. Ao saudá-los, saúdo o Guido Mantega, o Fernando Haddad, o Jobim, o Padilha, o Miguel Jorge, Paulo Bernardo, nosso querido Sérgio Rezende, o Barretinho e meu querido Orlando Silva, além do ministro da Justiça, nosso querido Luiz Paulo. Saúdo todos os ministros. Creio ter saudado a todos, pelo menos aqui à primeira vista.

Queria dizer para vocês que fiz um imenso esforço para falar de improviso, mas se eu falar de improviso, presidente, vai acontecer uma coisa, ou duas: uma parte eu vou esquecer. Na outra parte eu vou chorar muito. Então, vou seguir um roteiro, pode ser que continue esquecendo e chorando, mas pelo menos tenho um roteiro em que vou me segurar.

É sem dúvida, presidente, um momento de grande emoção. Acho que para todos os meus colegas aqui que estão saindo e que deixam hoje o ministério do senhor. Mais do que colegas, hoje nós podemos dizer que somos companheiros de uma jornada, de uma missão, de um trabalho que fizemos em equipe. Vivemos uma emoção que alguns poetas disseram que era uma emoção especial, uma espécie de alegria melancólica ou uma alegria triste.

Alegria porque saímos de um governo que consideramos um dos governos que mais fez pelo povo deste país. E tristeza porque abandonamos hoje esse que foi um dos trabalhos, para muitos aqui, há sete anos e meio, e para outros mais de três, mais de quatro anos. De qualquer jeito, tristes porque estamos de partida. Mas se o nosso coração, presidente, sente essa estranha alegria triste, o senhor pode ter certeza que a alma da gente está cheia de otimismo, esperança e de fé. O senhor deu a cada um de nós o privilégio de participar de um dos momentos mais decisivos da história do nosso país. O momento em que o povo se reencontrou consigo mesmo, sob a liderança de um dos líderes mais populares, e talvez o mais brasileiro de todos os líderes desse país.

Ao seu lado, presidente, nós participamos de um processo que nos últimos sete anos e meio fez a mudança mais profunda, a mudança mais importante que as gerações brasileiras que convivem com o nosso tempo histórico experimentaram. Ao seu lado, presidente, a minha geração e a geração dos que me seguem, ou que me sucedem, melhor dizendo, conseguiram realizar seus sonhos. Sonhos que começam na luta de resistência à ditadura, que passam pela redemocratização, por todas as lutas e as dos movimentos sociais por direitos, dignidade, soberania, justiça e liberdade nesse país.

O governo do senhor é um momento muito importante porque é o ápice, um momento de vitória, talvez o mais longo momento de vitória que todos esses que lutaram experimentaram ao longo de suas vidas. Sim, presidente, com o senhor nós vencemos. E vamos vencendo a cada dia. Vencemos a miséria, a pobreza, ou parte da miséria e da grande pobreza desse país. Vencemos a submissão, vencemos a estagnação, vencemos o pessimismo, vencemos o conformismo e vencemos a indignidade. Talvez nós tenhamos vencido, inclusive, esse pesado resquício da escravidão que este país carrega, ou que carregou tão forte. E aí está o ministro da Integração Racial, e ele sabe do que eu estou falando, porque nesse processo nós continuamos vencendo mais de 400 anos de peso e de exclusão que pesa e que oprime o nosso país. Vencendo, sim, porque o Brasil aprendeu que a melhor forma de crescer é distribuir. Que a melhor forma de desenvolver é fazer com que todos participem dos frutos do desenvolvimento.

O senhor trouxe o desenvolvimento com inclusão, fez do social e do econômico duas faces da mesma moeda. Vencemos porque o seu governo mostrou que um país só pode ser soberano se o seu povo tiver condições de sonhar, condições de realizar seus sonhos, e condições de viver com dignidade a sua vida. E que esse povo possa expressar sem medo, sem peias, todas as suas opiniões e seus ideais. Nós convivemos com a diferença, presidente. Vencemos porque seu governo mostrou que o verdadeiro desenvolvimento é filho da democracia e irmão da liberdade, num país que viveu por muito tempo sob regime de exceção.

Vencemos, presidente, e nesse processo aprendemos muita coisa com o senhor, com esse encontro que o senhor, o mais autêntico dos líderes populares desse país, propiciou que nós tivéssemos com o povo brasileiro. E o povo brasileiro, ele sempre nos ensina a ser forte, mas no governo nós aprendemos também a ser persistentes. Com a alegria do nosso povo, nós aprendemos muito. Com o senhor, nós aprendemos que temos que ser otimistas. Nós aprendemos também com o nosso povo que temos que ter resistência, e com o senhor nós aprendemos que temos que ser corajosos.

Por tudo isso podemos dizer que, em apenas sete anos e meio, o nosso governo mudou o Brasil. Quando a gente olha e lembra do que se pensava em nosso país em 2002, nós nos damos conta do longo caminho percorrido. Nós temos orgulho de ter tirado quase 30 milhões [de pessoas] de uma situação de pobreza para as classes médias; de tirarmos mais de 20 milhões da pobreza; de termos empregado com carteira assinada quase 12 milhões de brasileiros. Nos lembramos dos projetos sociais do nosso governo, do Bolsa Família, do ProUni, do Luz para Todos, do Mais Alimentos, da agricultura familiar, do PAC Habitação, da urbanização de favelas, do pré-sal. Cada um desses programas traz em si uma certeza, a de que a vida de milhões de brasileiros está mudando.

Nós sabemos que aqueles que lamentam, os viúvos do Brasil que crescia pouco, da estagnação, fingem ignorar que essa mudança é uma mudança substancial. Têm medo. Eles não sabem o que oferecer a um povo que hoje é orgulhoso e tem certeza que sua vida mudou, não aceita mais migalhas, parcelas ou projetos inacabados. No nosso governo, o povo não é coadjuvante, ele é o centro das nossas atenções e é o protagonista de sua própria história.

Esses programas inovadores que nós criamos, como as Upas, o Brasil Sorridente, as Farmácias Populares, elas surgem dessa convicção de que um país só pode ser grande se for grande também o seu povo. O Fundeb, que multiplicou o fundo da educação básica por mais de dez, em termos de recursos, é um orgulho que nós temos também porque o próximo período vai ser o período das oportunidades.

Também, presidente, nós que amamos o nosso planeta, que temos consciência da importância do Brasil na questão da mudança do clima, estamos orgulhosos por termos reduzido a emissão de gases de efeito estufa no Brasil nos últimos períodos. Aliás, na Amazônia, o desmatamento foi reduzido como nunca depois que se começou a fazer a medição nos últimos 22 anos. A presença do Brasil em Copenhague nos orgulha a todos. Mas presidente, nós aprendemos uma coisa com o senhor que, por trás de cada obra, edifício, de cada projeto de infraestrutura, de cada uma das nossas ações, estavam pessoas, suas vidas privadas e seus dramas.

Recentemente, eu lembro do menino de lábio leporino que estava nas costas do seu tio, lá no Rio de Janeiro, e que está sendo agora operado no SUS. E que mostra à humanidade a importância dos centros de tratamento de fissura no palato que está sendo implantado no Brasil, como é o caso daquele implantado na Ubra, em Porto Alegre. A dona Eliane que procurou a gente na integração do São Francisco e contou para o senhor que vinha da roça e começou a vender quentinhas para os trabalhadores do trecho em Floresta, em Pernambuco. Ela disse para o senhor que agora tinha aberto um restaurante e, com muito orgulho, pagava R$ 5 mil de Imposto de Renda. Por trás de cada obra tem uma história desse tipo.

Como a mãe que confessou para o senhor, no Luz para todos, que ela nunca tinha visto seu filho dormir de noite. Nunca tinha podido ver seu filho dormindo, por isso apagava e acendia a luz para enxergar o filho que dormia e para provar que a vida dela estava mudando. A surpresa imensa daquele senhor alto, um pouco mais velho, negro de cabelos brancos que lá em Minas Gerais atendeu à porta que alguém batia, e a surpresa dele ao ver o presidente da República, um homem alto e careca, parecendo o Kojak, e eu. Ele olhou para o presidente que perguntava para ele se podia entrar, conversar e olhar se a obra estava de acordo com o que o presidente acha que tem que ser a dignidade de uma casa popular. A imensa surpresa dele ao olhar o presidente da República vendo seu banheiro e sua cozinha. Ao olhar se era necessário ter muro na casa e ao dizer sistematicamente, baixo para mim, no meu ouvido: “eu não fui eleito para fazer moquifo para o povo brasileiro. Eu fui eleito para dar dignidade”.

Presidente, eu assisti também ao Cristiano, o senhor lembra do Cristiano? Aquele menino que, vimos nos jornais, nadava na enxurrada. E que o senhor... A gente tinha ido lançar e dar a ordem de serviço para uma parte da recuperação de Manguinhos. Lá o senhor pediu para procurarem o menino. E o Cristiano apareceu magrinho, dizendo que gostava muito de piscina, mas nunca tinha nadado numa. E um ano depois, presidente, nós vimos o Cristiano quase um atleta, nadando no parque esportivo e na piscina do parque que nós construímos ali em Manguinhos.

O Cláudio que nós vimos recentemente, já há uma semana, na Vila Vicentino, na inauguração da casa que nós fizemos. Ele dizia que mais do que obra de cimento e tijolo, aquela obra tinha dado a ele e a sua comunidade dignidade. Sem sombra de dúvida, o presidente nos ensinou a olhar para os mais marginalizados.

Se o presidente convive com líderes mundiais, discute problemas complexos da crise econômica, a questão relativa à crise financeira do mundo, os problemas dessa crise mundial; se discute toda a questão de infraestrutura do nosso país, o problema do desenvolvimento produtivo, ele nunca abandonou esses desvalidos, os catadores de papel. Os hansenianos, os portadores de deficiências... A importância que o senhor deu aos cegos e aos seus cães-guias, não só em termos de recebê-los aqui no Palácio - aliás, ali em frente ao Palácio - mas também todas as ações de afirmação, cidadania e dignidade que o governo sempre reconheceu a eles. Por isso, presidente, eu repito: o povo brasileiro nos ensinou a acreditar no futuro. Mas, com o senhor, nós, juntos, aprendemos a construí-lo.

Por isso, presidente, deixamos o governo - e tenho certeza que falo em nome de cada um dos ministros que estão aqui hoje que saem do governo - renovando nossos compromissos com as bandeiras que abraçamos. E com o juramento que fizemos de cada vez mais lutar e melhorar a vida do nosso povo. Essa tarefa, presidente, ficou mais fácil depois dos caminhos abertos pelo governo, traçados sob a sua liderança.

Nós nos despedimos, mas não somos aqueles que estão dizendo adeus, somos aqueles que estamos dizendo até breve. Nós não vamos nos dispersar. Nós, cada um dos ministros aqui presentes, temos um legado a defender, onde quer que estejamos, exercendo a militância que tivermos que exercer. Sob a sua inspiração, presidente, quem fez tanto está pronto para fazer muito mais e melhor. Estamos simplesmente dizendo até breve. Hoje sabemos que o Brasil é um país pronto para dar um novo passo de prosperidade, de desenvolvimento econômico e social, trilhando rotas já abertas, explorando novas riquezas, como o pré-sal. Sempre buscando gerar milhões de novos empregos.

No seu governo criamos uma base sólida. Com ela, nós podemos erradicar a miséria e nos tornar a 5ª economia do mundo dentro de alguns anos. É mais do que a minha geração podia sonhar. Não que a minha geração não sonhasse alto, mas é mais do que ela podia sonhar olhando para as possibilidades reais sob as quais nós vivemos.

Mais uma vez eu repito, presidente, o senhor nos deu, pela primeira vez, aquele gosto de vitória, não da vitória fácil, mas da vitória que se tem só depois de muito suor, muito esforço e muita dificuldade. É a crença também no diálogo que nós aprendemos. O senhor sempre dialoga. É a crença no acordo. É a crença na democracia.

Como o senhor sempre disse, e sempre eu gostei muito dessa síntese que o senhor faz, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes. É por tudo isso que nós podemos dizer em alto e bom som: nós nos orgulhamos de ter participado do seu governo. Eu falo por todos os ministros, os que saem e os que estão entrando e os que estão ficando.

Não importa agora perguntar porque alguns não têm orgulho dos governos de que participaram. Eles devem ter seus motivos. Mas nós podemos sempre saber que temos patrimônio, nós fizemos parte da era Lula. Vamos carregar essa história e contá-la para os nossos netos. Vamos carregar essa história e nos orgulhar disso em nossa biografia.

Querido presidente, o senhor também é uma pessoa alegre, afetiva, com senso de humor, que mostra que acima de tudo a gente pode enfrentar os revezes, as dificuldades. Na hora que a coisa endurece, como dizem os jovens, o bicho pega. Mas, nós temos que ter coragem e alegria de enfrentar a vida, a política e achar sempre as soluções. Eu tive o privilégio de conviver com o senhor, de privar dos momentos duros e dos momentos de vitórias e conquistas. Ser honrada por sua confiança. E quero dizer que eu como os outros ministros saímos maiores e melhores do que entramos.

Nós participamos da mudança do Brasil, mas nós também mudamos e é por isso que afirmo: cada um de nós sai uma pessoa melhor do que entrou. Isso, presidente, em qualquer experiência de vida é inestimável. É por isso que eu disse que a gente tem uma tristeza alegre, ou uma alegria triste, porque saímos felizes e revigorados. Pessoas melhores são necessariamente pessoas felizes. O Brasil para nós deixou de ser aquele país em que o futuro nunca chegava. É o futuro que chegou e nós chegamos junto. Isso não tem preço, presidente. É isso que sempre vai fazer de nós orgulhosos dessa experiência. Vai fazer de cada um de nós aqueles que sabem, também, que agora trata-se de ampliar esse futuro que chegou no presente.

Para finalizar, presidente, eu gostaria de agradecer também a todos aqueles que nos ajudaram a realizar essa travessia e que eu vejo aqui presentes. A base aliada, os movimentos sociais, os empresários, os trabalhadores que acreditaram que era possível construir o novo Brasil. Em meu nome e em nome de todos os ministros que participaram e participam desse processo, só tenho a dizer: obrigado, presidente Lula, pela oportunidade de nos fazer parceiros do maior projeto de transformação econômica e social que esse país viu nas últimas décadas. Obrigado também por permitir esse encontro com o povo brasileiro, que fez o Brasil mais próximo do seu povo. Por provar aquilo que sempre acreditamos, que o nosso povo é um povo extraordinário que só precisava de apoio, oportunidade e atenção para mostrar do que é capaz, para mostrar a sua capacidade, a sua inventividade, a sua criatividade, o seu empreendedorismo. Este é o principal sentimento que nós levamos conosco, o de ter lutado ao lado de um grande líder, em favor de um grande povo. Obrigado, presidente.

Eu queria dizer para o senhor que nós hoje estamos num dia muito especial para cada um de nós. Talvez, ao longo das nossas vidas, um momento decisivo. E tenho certeza que hoje nós aqui presentes, nossas famílias, nossos filhos, os netos e os amigos estão orgulhosos do que fizemos. Por isso, eu cumprimento aqueles ministros que entram. Desejo a eles toda a sorte do mundo, porque é preciso ter sorte, o senhor sempre diz. Ninguém vai querer ministro pé-frio também. Mas eu tenho certeza que espera vocês também, trabalho em dobro, como disse o presidente no dia do lançamento do PAC 2.

Eu agradeço a todos vocês, agradeço aos nossos companheiros ministros com quem nós convivemos. Em nome de cada um agradeço os representantes das equipes dos ministros, os representantes das empresas estatais, como a Petrobras. Agradeço a todos por esse trabalho de equipe que é a marca do governo do presidente Lula.

Obrigada.
Dilma Rousseff