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quarta-feira, 31 de março de 2010

Governo Yeda(PSDB)ameaça matar universidade gaúcha

AYRTON CENTENO

Quem é capaz de imaginar um polo universitário com dois cursos e um só professor? E outro dotado de quatro cursos e com três professores? Estes são alguns dos espantos que estão vindo à tona com a greve da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, a Uergs. Aos nove anos de existência, a Uergs enfrenta a maior crise de sua história. Criada em 2001, no governo de Olívio Dutra (PT), a universidade, desde o ocaso da gestão petista, imergiu em lenta e sofrida agonia. Que se tornou mais atroz sob a administração Yeda Crusius (PSDB), eleita empunhando a consigna “Um novo jeito de governar”. O novo jeito, para as lideranças dos docentes, envolve deixar morrer a míngua a universidade gaúcha.

“Não tenho dúvidas de que há a intenção deliberada de matar a Uergs”, sustenta o diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), Amarildo Cenci, que representa os docentes da universidade. Para isso operariam principalmente a degradação dos salários e a ausência de novas contratações.

“Estamos numa crise e com falta de perspectivas”, reclama Marcos Pesci Pinto, aluno do curso de administração em saúde.

Legalmente, a universidade deveria contar com 300 docentes. Em 2007, tinha 190 mas, hoje, no último ano do Governo Yeda, tem apenas 106. Onze professores já se despediram em 2010. O total de alunos seria de 3.300, espalhados por 24 polos regionais. A decadência levou a Uergs a situações inacreditáveis.

“Dá para acreditar que, no polo de São Luiz Gonzaga (cidade da região das Missões) existem quatro cursos e três professores?”, indaga Cenci. A estupefação não para aí:

“Em São Borja (na mesma região) há dois cursos e um só professor. O mesmo ocorre em Alegrete (cidade da Campanha gaúcha)”.

Dentro da universidade, os alunos vivem experiências estranhas:

“Temos um professor que é formado em recursos humanos mas nos dá aulas de cálculo”, conta o aluno.

Outros viajam de cidade em cidade para garantir um mínimo de aulas.

“Vivem dentro de ônibus, rodando até mil quilômetros por semana”, diz.

“Alguns docentes tem comiseração dos estudantes e resolvem ajudar do jeito que podem”, explica Cenci.

O patético do quadro é tão grande que transparece até onde menos se esperaria.

“É absurdo pensar que a Universidade Estadual, com sua lotação legal de 300 docentes, terá capacidade para desenvolver adequadamente as 24 unidades criadas em seu primeiro estágio, várias delas à beira da inviabilização por falta de pessoal”, escreveu no próprio site da Uergs o pró-reitor de ensino, Eloy Julius Garcia. No texto “Universidade, ciência e tecnologia em tempos de crise”, ele lamenta que vários órgãos estaduais voltados ao desenvolvimento, entre os quais a Uergs, sejam “(…) escassamente coordenados entre si, carentes de recursos humanos e insuficientemente dotados de recursos materiais e financeiros.”

Indagado, Garcia sustenta tudo o que afirmou e vai além:

“Se não houver mudança, a Uergs se tornará inviável. Vamos terminar por desgaste. No último ano, perdemos 50 professores”, exemplifica. Ele entende que nem o Estado nem o governo perceberam ainda o instrumento de desenvolvimento que a Uergs significa.

Após suportar tanta precariedade os docentes cruzaram os braços na segunda-feira. Adesão de 100%, como admite o próprio pró-reitor.

“Agora, finalmente decidiram romper o silêncio”, comemora o aluno Marcos Pinto. Ontem (terça), os professores procuraram a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa para apresentar seus problemas. Hoje farão manifestação diante do Palácio Piratini e, depois, avaliarão a greve. Eles pedem uma solução de emergência que inclua o estabelecimento de plano de carreira, nomeação imediata de 21 professores já aprovados em concurso e reajuste salarial.

Para Cenci, se nada for feito, a Uergs fechará as portas no meio do ano.

“Estamos chegando ao fim”, sentencia.

Um comentário:

  1. terrorista assaltante de banco no passado e agora Dona dilma querendo passar por boazinha teu passado te condena viva josé serra tu é uma baita trovadora !!!!!!!! por que não volta para FEE pra trabalhar um pouco inves de ficar por ai aplicando ..... no povo brasileiro

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